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O FALCÃO E OS PATOS











Apesar de ser excelente caçador, o falcão se sentia frustrado toda vez que tentava pegar um pato. Sempre que isso acontecia estes mergulhavam imediatamente nas águas da lagoa onde moravam, conseguindo escapulir dessa forma das garras do predador que buscava alcançá-los. O falcão foi ficando a cada dia mais furioso com essa situação porque achava que o artifício dos patos acabaria prejudicando a sua reputação de exímio caçador, e seu inconformismo chegou a tal ponto que ele resolveu acabar de uma vez por todas com aquela história que o deixava em posição delicada.

Foi assim que certa manhã o falcão resolveu tentar mais uma vez. E tão logo ele começou a descer dos ares como uma flecha disparada em direção dos patos, estes trataram de desaparecer sob as águas do lago, mergulhando o mais fundo que podiam. Ao perceber o que acontecia, o caçador não se conteve e gritou decidido:

- Dessa vez, não!... Dessa vez eu vou atrás de vocês!...

E também mergulhou na lagoa. Porém os patos trataram de voltar à superfície e saíram voando rapidamente, deixando atrás de si o falcão a lutar desesperadamente contra as águas que procuravam engoli-lo sem piedade. E pouco antes de desaparecer definitivamente dentro delas, ele ainda ouviu dos patos a despedida que não era irônica, porque lhe mostrava a verdade dos fatos:

- Adeus, falcão!... Nós podemos voar no seu céu, mas você, na nossa água, está condenado a afundar como uma pedra.

Moral da história: Diz o ditado que cada macaco em seu galho, ou seja, ninguém deve pretender ir além de suas aptidões.

Baseado em uma fábula de Leonardo da Vinci.

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