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O SAPO AVARENTO






          Parada à beira da lagoa, tomando um pouco do sol da manhã, a joaninha observou que de quando em quando um sapo saía de dentro da moita onde se abrigava do calor intenso daquele dia festivo, e engolia um pouco de terra. Intrigada com o procedimento estranho que via, mas não entendia, ela não se conteve e perguntou ao sapo no momento em que ele saiu das sombras mais uma vez, e passou à sua frente:

          - Estou notando que você está magro, sapo. Muito magro, mesmo. Será que algum problema de saúde está lhe prejudicando?

          - Nada disso - respondeu o sapo. -. Se eu estou assim tão magro, como você diz, é porque não consigo matar a minha fome.

          - Ora, ora, mas eu reparei que você só está comendo terra! Então por que é que não se farta à vontade, se ela está aí, à sua disposição?

          - Você ficou louca? Ou esqueceu que um dia até a terra pode acabar?

          Moral da história: O problema do avarento é que para ele, dois vinténs valem bem mais que a satisfação de um gosto pessoal. Por isso vive arranjando desculpas para não gastá-los.


Baseado em uma história de Leonardo da Vinci

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