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O Peixe Pixote








Pixote vivia num lago e andava sempre infeliz.
Ele não gostava do lago. Lá era muito escuro, escuro como um breu. E Pixote morria de medo do escuro. Toda hora ele ia até a margem do lago, botava a cabeça pra fora e achava tudo lindo! Céu azul, sol, grama, flores para todo lado. Criança, gato, cachorro. E era tudo tão colorido, tão alegre, tão claro! Pixote queria morar na grama entre as árvores.
Ele ficava um tempo na margem do lago, mas tinha de voltar para a água, para respirar, para não morrer. Pixote começava a nadar de novo, no meio do lago. Era uma escuridão sem fim. Sempre sozinho e cheio de medo, infeliz da vida.
Um dia, Pixote estava nadando e olhando os outros peixes. Eles brincavam contentes nas águas claras do lago. De repente Pixote pensou: – Ué! Outros peixes? Águas claras? O que aconteceu? Será que eu vim parar em outro lugar sem saber? – perguntava Pixote.
E olhava pra todo lado e via um monte de coisas novas. Via peixes, peixinhos, peixões. Via pedras de todos os tamanhos, de todas as cores, plantas aquáticas, sapos, rãs. E era tudo tão lindo! A água meio azulada, cheia de claros e escuros, cheia de brilhos. Uma beleza mesmo! Pixote olhava e ria! Cadê a escuridão? Cadê o medo?

Pixote estava contente, feliz da vida! De repente Pixote descobriu o que tinha acontecido e começou a rir.
– Eu sou mesmo um pateta! Ficava nadando pra lá e pra cá, morrendo de medo do escuro… Lógico! Eu só nadava de olho fechado!

Autora: Sônia Junqueira

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