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A curta história do lápis e da lua





Certo dia, um lápis apaixonou-se pela lua.
— Vem, meu amor, minha beleza — chamava a lua.
— Já vou! — gritou ele.
O lápis começou a desenhar uma escada. Subia, subia por ela acima, cada vez mais alto, e quando chegava ao cimo da escada, continuava a desenhá-la. O lápis desenhava, desenhava e subia, subia. E, de vez em quando, tirava um aguça do bolso e afiava-se.
O lápis subia, subia, desenhava, desenhava, aguçava-se, aguçava-se… e ia ficando cada vez mais pequeno.
— Estou quase, estou quase a chegar! — gritava ele à lua.
— Ah, meu amor, minha beleza! — exclamava a lua. — Estás a ficar cada vez mais reduzido! Nunca hás de conseguir alcançar-me!
E a bela lua redonda ficou triste, e de tão triste que ficou, começou a emagrecer. Mas o lápis gritou.
— Vais ver que consigo, acredita em mim!
Mas ia ficando cada vez mais pequeno e a lua cada vez mais triste, mais triste e cada vez mais magra, cada vez mais magra e já estava a ficar muito curvada.
O lápis já só era um bico e a lua continuava ainda muito distante, pois o lápis ainda nem um décimo da viagem tinha percorrido.
Com persistência, continuava a desenhar, e acreditava profundamente que um dia haveria de alcançar a lua. Em breve se tornou tão pequeno e tão curto que já nem no aguça cabia.
— Ah, meu amor, minha beleza — chorava a lua — agora é o teu fim!
— Não, espera! — gritou o lápis. E, com as últimas forças que lhe restavam, desenhou uma nave espacial, colocou dentro o que sobrava dele e voou para a lua. Mas, com a tristeza, a lua estava tão magra que desaparecera por completo, por isso o lápis não tinha onde aterrar e continuou a voar pelo espaço em direção ao infinito.

Ora conta,
o que aconteceu então?
Caiu da escada
e nunca mais nunca chegou ao chão.


Martin Auer

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