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Onde está o Jaime?








Certo dia, na escola, a carteira do Jaime estava vazia.
O Jaime não era desses meninos que ficam na cama por causa de uma gripe ou de uma queda. Não era desses meninos que arranjam desculpas para ficar na cama. O Jaime adorava a escola. Gostava de participar em tudo.
Mas o melhor de tudo era que o Jaime gostava de cultivar plantas.
Tinha sempre alguma coisa a crescer num vaso ou um pacote de sementes no bolso.
Se fosse mandado embora da aula de Matemática, por estar a conversar, escapava-se sempre para ajudar o jardineiro.
Mas o Jaime nunca faltava à escola.
Aquilo era muito, muito estranho.
No dia seguinte, a carteira do Jaime estava outra vez vazia.
...e no outro dia a seguir também.
Quando, no final da semana, a carteira dela ainda estava vazia, Milly, Molly e todos os amigos do Jaime estavam mesmo muito preocupados.
Sentiram-se reconfortados, quando a Professora Adelaide lhes disse que o Jaime devia estar com papeira ou com sarampo. Todos esperavam que ele voltasse depressa para a sua carteira.
Mas, certa manhã, a Professora Adelaide parecia diferente. Sentou-se na pequena cadeira, no meio da sala, e pediu a todos que se juntasse à volta dela.
Explicou com voz suave que o Jaime não ia voltar à escola. Baixinho, contou-lhes que o Jaime tinha sido levado para o hospital e que tinha morrido, em paz, durante a noite.
A Professora Adelaide abriu os braços à volta deles e todos choraram.
A Professora Adelaide não se importou com as lições de Matemática e de Gramática desse dia.
E ninguém teve vontade de cantar ou de brincar durante o recreio.
A Professora Adelaide queria conversar com os seus alunos, responder às suas perguntas e dar-lhes muitos abraços.
Milly e Molly sentiram-se tristes ao ver a carteira vazia do Jaime. Mas também não queriam que a Professora Adelaide a tirasse dali.
Decidiram colocar um ramo de flores na carteira do Jaime e isso ajudou, durante algum tempo. Todos levavam flores dos seus jardins e mantinham o ramo do Jaime sempre muito bonito.
Quando todos estavam preparados, retiraram a carteira do Jaime.
Milly e Molly arrumaram, com muito cuidado, os livros e os objetos do Jaime numa caixa, para a mãe dele levar.
Num cantinho da carteira do Jaime, no meio dos lápis e canetas, Milly e Molly encontraram um pacote de sementes.
Com o acordo da mãe do Jaime, Milly e Molly colocaram as sementes no jardim da escola, num dia quente e cheio de sol.
Regaram e esperaram... e esperaram e regaram.
Ao décimo segundo dia, uma fila de pequenas plantas verdes começou a romper o solo. Lentamente, todos os dias iam crescendo.
De repente, a planta do meio tornou-se muito mais alta.
Cresceu tanto, que teve de ser atada à vedação. E depois, como se fosse milagre, de um dia para o outro... floriu um grande girassol com uma face redonda e risonha! Milly, Molly e todos os amigos do Jaime ficaram muito contentes.
O Jaime estava de volta, no meio de todos os seus amigos.

 

Gill Pittar
Milly Molly – Tomo II
Rio de Mouro, Everest Editora, 2006

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