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Miminha, a Fantasminha






Era uma vez uma fantasminha que se chamava Miminha. Ela vivia no cemitério com sua mamãe fantasma e, sempre que via crianças aparecerem por lá, ficava com muita vontade de brincar com elas. Mas sua mãe sempre dizia:
– Miminha, minha filha, os humanos morrem de medo de fantasmas… as crianças nunca vão querer brincar com você!
Ao ouvir aquilo, Miminha ficava muito triste e deixava rolar umas lágrimas transparentes de seus olhinhos fantasmagóricos.
Certo dia, Miminha decidiu sair do cemitério à procura de alguém para brincar. Foi quando encontrou uma turma muito alegre de crianças que dançavam e cantavam cantigas de roda.
Ao ver as crianças, Miminha ficou tão animada que, do nada, apareceu na frente delas e perguntou bem alto: “Posso brincar com vocês?”
As crianças levaram um baita susto e saíram correndo e gritando por todos os lados: “Aaaahhh!!!”
Coitadinha da Miminha… ficou tão tristinha…
Mas não desistiu!
Foi até uma casa que havia por ali, olhou pela janela e viu algumas meninas brincando de boneca na sala. Entrou, aproximou-se devagarinho e dessa vez perguntou baixinho: “Posso brincar com vocês?”
As meninas arregalaram os olhos e gritaram ao mesmo tempo: “Manhêeee!!! Um fantasmaaaa!!!” E foi aquela correria!
Coitadinha da Miminha… ela só queria um amigo para brincar…
Depois de outras tentativas, Miminha percebeu que nunca conseguiria mesmo ser amiga de ninguém. Foi aí que um pensamento lhe ocorreu: “Já que todos tem medo de mim, eu vou começar a me divertir assustando as crianças!”
E foi isso que ela fez!
De dia e de noite Miminha saía do cemitério em busca de crianças para assustar. Entrava no meio de suas brincadeiras, derrubava seus brinquedos, batia portas, ficava dentro do guarda-roupa fazendo barulho à noite, se escondia embaixo da cama e aparecia de repente gritando “BUUUU!!!”, e muitas coisas mais.
Cada vez que as crianças gritavam de susto, Miminha gargalhava. Começou a gostar muito daquela brincadeira de assustar. Inventava sustos diferentes e estava ficando muito boa naquilo!
Até que, certa noite, Miminha entrou no quarto de um menino que estava deitado na cama acordado e já chegou assustando: “BUUUU!!!”
Mas o menino, ao invés de gritar, ficou parado olhando para ela.
Miminha gritou mais uma vez: “BUUUU!!!”
E o menino, nada…
Então Miminha perguntou: “Você não tem medo de mim?”
E o menino respondeu: “Por quê? Você não é meu anjo da guarda?”
Miminha nunca tinha ouvido falar de anjo da guarda, por isso fez uma careta engraçada.
E o menino explicou: “Minha mãe disse que sempre que eu estivesse com dificuldade para dormir ou com medo de alguma coisa, era só fazer uma oração pedindo ajuda e o meu anjinho da guarda viria me proteger.”
O coraçãozinho de fantasma de Miminha amoleceu. Ela quis entender mais sobre aquilo:
“E o que é que anjo da guarda faz?”
“Bem”, explicou o menino, “você pode cantar uma música de ninar para mim.”
E começou a cantar uma música que Miminha achou muito bonitinha. Ela aprendeu a cantar e foi cantando, cantando, cantando… até que o menino adormeceu!
Miminha se deu conta de que o sentimento que aquele momento lhe trouxe era muito melhor do que o que sentia ao assustar as crianças.
A partir daquela noite Miminha passou a visitar as crianças que não conseguiam dormir à noite e a cantar músicas de ninar para elas. As crianças ficavam amigas da Miminha e até brincavam com ela às vezes.
E foi assim que Miminha se tornou anjinho da guarda, ganhou muitos amigos e nunca mais assustou ninguém!

PIM PIM RI RI PIM PIM, ESSA HISTÓRIA CHEGOU AO FIM!

Lívia Alencar

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