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Nhá Barbina





Eu tinha uma amiga muito teimosa que se chamava Nhá Barbina.
Um dia, nós fomos convidadas para uma festa junina lá na fazenda do Seu Zé, que ficava muuuito longe. O caminho era um pouco perigoso, mas a Nhá Barbina queria ir de qualquer jeito.
Eu falei pra ela:
– Mas não vai, Nhá Barbina!
E ela:
– Mas eu quero ir!
– Mas não vai, Nhá Barbina!
– Mas eu quero ir!
Então nós fomos. Andemo, andemo, andemo, até que cheguemo perto de um rio. A Nhá Barbina inventou que queria nadar no rio, mas ela não sabia nadar.
Eu falei pra ela:
– Mas não vai nadar, Nhá Barbina!
– Mas eu quero nadar!
– Mas não vai nadar, Nhá Barbina!
– Mas eu quero nadar!
Ela pulou no rio e logo começou a gritar:
– Ai! Socorro!!! Socorro!!! Estou me afogando!!!
E lá fui eu pular no rio pra salvar a Nhá Barbina!
Depois que ficou tudo bem, continuamos nossa viagem. Andemo, andemo, andemo, até que cheguemo perto de uma montanha. A Nhá Barbina inventou de subir a montanha.
Eu falei pra ela:
– Mas não vai subir, Nhá Barbina!

– Mas eu quero subir!

– Mas não vai, Nhá Barbina!
– Mas eu quero subir!
Então ela foi. Subiu, subiu e, logo, ficou desesperada e começou a gritar:
– Ai! Socorro! Eu vou cair, eu vou cair!!!
Lá fui eu mais uma vez salvar a Nhá Barbina!
Depois que ela parou de gritar, continuamos andando. Andemo, andemo, andemo, até que finalmente cheguemo na festa.
A festa junina do Seu Zé estava linda!!! Tinha um monte de comida gostosa, estava tudo enfeitado, e tinha também muito rojão.
Acontece que a Nhá Barbina inventou de soltar rojão!
Eu falei pra ela:
– Mas não vai soltar, Nhá Barbina! Rojão é muito perigoso!
– Mas eu quero soltar!
– Mas não vai soltar rojão, Nhá Barbina!
– Mas eu quero soltar!
Pois bem – ela pegou o rojão e acendeu. Então eu gritei:
– Agora solta, Nhá Barbina!
– Mas não quero soltar!
– Solta, Nhá Barbinaaaa!!!
– Mas não quero soltar!
De repente… PUM!!! O rojão estourou!!!
E o que você acha que aconteceu com a Nhá Barbina?
Ficou toda queimada…
Entrou por uma porta e saiu pela outra. Quem quiser, que conte outra!

(conto popular do interior de São Paulo)


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