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Pequenas Grandes Pérolas : Histórias !




 
Numa antiga floresta indiana um vaga-lume voava feliz e livre entre baixos arbustos. O pequeno inseto estava tão distraído com a paisagem que não percebeu que estava sendo seguido por uma serpente venenosa.

 De repente o vaga-lume se deu conta do perigo,tentou fugir, mas a serpente o encurralou. O inseto reluzente então parou de se movimentar, deu meia -volta, encarou a serpente e perguntou:
 Você vai me comer ?
A serpente se aproximou um pouco mais e respondeu :
-Vou !
-Mas isto não faz sentido ! Serpente comer vaga-lume !? tem certeza de que vai me comer ? - perguntou novamente o vaga-lume. A serpente deslizou lentamente em direção ao inseto e respondeu :
-Tenho certeza absoluta !
Então, antes de morrer, posso lhe fazer três perguntas ? - solicitou o vaga-lume.
-Pode. Vai morrer mesmo ...- respondeu a serpente agitando o chocalho na extremidade da cauda.
-Primeira pergunta : eu faço parte da sua cadeia alimentar ?
A serpente levantou o corpo até a altura do vaga-lume e respondeu :
-Não !
-Segunda pergunta: eu lhe fiz algum mal ?
A serpente se inclinou até quase tocar as antenas do inseto e respondeu :
-Não !
 -Terceira e última pergunta: então porque você quer me comer ?
E a serpente já sentindo o corpo do vaga-lume na língua respondeu:
-Porque não suporto seu brilho !
E o devorou.


Hoje trago uma das Pérolas da Índia , recontadas por Ilan Brenman -Ed. Brique-Book


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Um conto chinês...







Há muitos anos, vivia na China um jovem chamado Mogo cujo meio de vida era lascar pedra pelas ruas, debaixo de sol e chuva. Seu trabalho era muito cansativo, mas Mogo era são e forte: podia ter sido muito feliz. No entanto, estava muito descontente com sua sorte e nada mais fazia que queixar-se desde manhã até à noite. Seu anjo da guarda via com pesar como seu protegido desprezava tudo o que de bom o Senhor lhe havia dado e invejava os que tinham mais que ele tinha medo que a alma de Mogo se desfigurasse e acabasse por perder-se. Por isso, uma noite em que o jovem dormia, o anjo estendeu suas grandes asas brancas e elevou-se até o céu. Prosternou-se ante o Senhor e suplicou-lhe que concedesse a Mogo a graça de transformar-se em um poderoso cavaleiro de modo que não tivesse que invejar ninguém e, assim, salvar sua alma. -Eu o concedo - disse o Senhor. - E de agora em diante Mogo terá tudo o que desejar. No dia seguinte, Mogo estava entregue a seu trabalho, quando de repente foi envolvido por uma nuvem de poeira levantada por um grupo de cavalos que puxava a carruagem em que viajava um nobre cujo traje de ouro e pedras preciosas brilhava as sol. Passando as mãos pelo rosto suarento e sujo, Mogo disse com amargura: - Por que não posso eu ser nobre também? - Sê-lo-ás! - murmurou seu anjo invisível com imensa alegria. E Mogo foi dono de um palácio suntuoso e de terras infindas, e teve servidores e cavalos. Costumava sair todos os dias com seu impressionante cortejo para ver como o povo e, especialmente seus antigos companheiros, alinhavam-se respeitosamente à beira da rua. Numa tarde de verão, percorria o campo com sua escolta. O calor estava insuportável, e debaixo de seu guarda-sol dourado, Mogo transpirava nem mais nem menos do que quando lascava pedras. Pensou então que não era o mais poderoso do mundo: sôbre ele havia príncipes, imperadores, e ainda mais alto que estes estava o sol, que a ninguém obedecia e que era o rei do firmamento. - Ah, anjo meu! Por que não posso ser o sol? - lamentou-se Mogo. - Pois sê-lo-ás! - exclamou o anjo docemente mas, com uma enorme tristeza, ante tanta ambição. E Mogo foi sol, como era seu desejo. Enquanto brilhava no céu em todo seu esplendor orgulhoso de poder amadurecer as colheitas e as frutas na terra, ou queimá-las, a seu bel-prazer, um ponto negro avançava ao seu encontro. A mancha escura crescia conforme avançava. Era uma grande nuvem que estendia seus escuros véus em tôrno do disco luminoso do sol. O astro rei lançava seus raios luminosos mais potentes contra a nuvem que o ofuscava, tentando incendiá-la. Mas as trevas fizeram-se cada vez mais densas e a noite desceu. - Anjo! - gritou Mogo - A nuvem é mais forte do que eu! Quero ser nuvem! - Sê-lo-ás! - respondeu o anjo. Mogo, sendo nuvem, desencadeou-se: - Sou poderoso! - gritava, escurecendo o sol. - Sou invencível! - trovejava, perseguindo as ondas. Mas, na costa deserta do oceano erguia-se uma imensa rocha de granito, tão velha como o mundo. E a Mogo parecia que a rocha o desafiava e desencadeou uma terrível tempestade. As ondas, enormes e furiosas, golpeavam a rocha como a querer arrancá-la do solo e atirá-la no fundo do mar. Mas, firme e impassível, ali estava a rocha. - Anjo! - soluçava Mogo, - a rocha é mais forte que a nuvem! Quero ser rocha. E Mogo foi rocha. - Quem poderá vencer-me agora? - perguntava a si mesmo. Certa manhã, Mogo sentiu uma lancetada aguda em suas entranhas de pedra, e em seguida uma dor profunda como se uma parte de seu corpo de granito estivesse sendo dilacerada. Logo ouviu golpes surdos, insistentes, e novamente a dor lancinante... Louco de espanto gritou: - Alguém está matando-me anjo! Quero ser como ele! - E sê-lo-ás! - exclamou o anjo chorando. E foi assim que Mogo voltou a lascar pedras nas ruas.



Este conto é bem conhecido, e tem várias versões, esta eu retirei daqui :
http://www.f9.felipex.com.br/f9/an_conto_chines.htm

Os 12 pratos








Um imperador chinês orgulhava-se de sua coleção de porcelanas tão raras quanto antigas. Eram 12 pratos de grande beleza artística, decorados ricamente.
Certo dia um empregado, sem querer, quebrou uma das peças.
Quano soube do acontecido, o imperador tomado pela fúria condenou à morte o pobre infeliz.
A notícia espalhou-se por todo o império e todos lamentavam o triste destino daquele serviçal.
Às vésperas da execução, um sábio bastante idoso, apresentou-se perante o inclemente imperador e comprometeu-se a recompor a coleção seo servo fosse perdoado.
Acreditando que sua preciosa coleção ficaria completa, o imperador aceitou a oferenda do ancião e reuniu a corte para presenciar o feito milagroso.
O velho solicitou ao imperador que mandasse colocar os pratos restantes sobre uma toalha de linho finamente bordada, e que os pedaços da porcelana quebrada fossem espalhados em volta da mesa.
Com tudo pronto, o homem acercou-se da mesa, e num gesto inesperado, puxou a toalha.
As preciosas porcelanas caíram sobre o piso de mármore, transformando-se em caquinhos.
O estupor tomou conta do soberano e de todos da corte.
Sereno o ancião disse :
- Aí está, senhor , sua coleção completa e igual, conforme prometi. Eu sou idoso e já vivi além do que deveria. Portanto, estou pronto para morrer no lugar dos que , no futuro, possar vir a quebrar mais alguma peça.
Assim, com minha morte, salvarei 12 vidas , já que elas nada valem para o senhor, comparadas a estes pratos.
O imperador comovido libertou o velho e o servo.


Bran , o viajante do tempo - do Folclore Celta





Bran era um grande navegador da Irlanda antiga. Certo dia ele encontrou umalinda varinha de prata. Então reuniu seus homens e balançou a varinha para testar se ela possuía algum poder mágico.No mesmo instante surgiu ao seu lado uma jovem belíssima. Ele entoou uma melodiosa canção em qe descrevia as maravilhas do mundo de onde viera. Nascera nas ilhas encantadas do Outro Mundo, nas quais não há tristeza ou sofrimentos. Quando sua voz se calou, todos continuaram imóveis diante de tamanha surpresa, e antes que alguém pudesse impedí-la, a jovem tirou a valinha das mãos de Bran, fez com ela um gesto e desapareceu.
Apaixonado pela jovem, Bran reuniu sua tripulação e imediatamente partiu numa viagem em busca das ilhas encantadas onde morava sua amada. Depois de muito navegar, a anu de Bran atravessou o limiar do mundo real e penetrou nas águas enfeitiçads do universo mágico. As ondas do mar transformaram-se em flores e árvores aquáticas.
Logo em seguida a nau de Bran chegou à Ilha da Felicidade, e todos ficaram deslumbrados com sua beleza. Mas era difícil atracar, pois o mar estava muito bravio. Bran avistou sua amada e acenou-lhe.Ela então lançou uma corda mágica em direção ao navio, que o amarrou na proa e o puxou até o porto.
Bran e todos os tripulantes se casaram com as moças da ilha, exceto umque queria regressar à Irlanda pois sentia saudades da namorada.
O tempo foi passando e, embora Bran e seus amigos tivessem a impressão de que se encontravam na ilha havia poucos meses, muitos anos haviam se passado.
Quando Bran voltou à terra natal para levar o amigo que não se casara, percebeu que tudo estava mudado. Havia uma estátua dele no meio do porto : ele se tornara uma lenda.
- Fique conosco-disse ele ao amigo- não desça do navio. Tudo mudou, estes são outros tempos. Venha, precisamos retornar à Ilha Mágica.
Mas o amigo ignorou seus conselhos, lançou-se ao mar e nadou até a praia. Porém, assim que fincou o pé na areia, seu corpo se transformou numa estátua de cinzas que rapidamente se desvaneceu.
Os olhos de Bran encheram-se de lágrimas. "E se eu me perder no mar ? E se não conseguir regressar à Ilha ?" pensou. Mas neste mesmo momento, a corda mágica de sua amada enroscou-se na proa da embarcação e Bran foi levado de volta à Ilha da Felicidade, onde continua a viver até os dias de hoje . 
Este conto foi publicado no Livro "Lá vem História" - Heloísa Prieto, Cia das Letrinhas



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O Vento e a Lua







Uma vez, havia um leão e um tigre que moravam numa floresta tranqüila. Eles se conheceram quando eram muito novos e não sabiam a diferença entre os leões e os tigres. Então, eles se tornaram b
ons amigos.

Um dia, o leão e o tigre brigaram. O tigre disse:
— Todo mundo sabe que o frio chega quando a Lua Cheia vira Lua Nova!

E o leão disse:
— Onde você ouviu essa bobagem? Todo mundo sabe que o frio chega quando a Lua Nova vira Lua Cheia!

O leão e o tigre continuaram brigando. Como não sabiam quem estava certo, eles foram perguntar a resposta correta a um monge muito sábio e gentil que morava na floresta.

O leão e o tigre cumprimentaram o monge e perguntaram quando é que o frio chega. O monge pensou e então respondeu:
— Pode fazer frio em qualquer fase da Lua, desde a Lua Nova até a Lua Cheia. É o vento que traz o frio do norte, do sul, do leste ou do oeste. Então, vocês dois estão certos! E nenhum de vocês foi derrotado pelo outro. A coisa mais importante é viver sem brigar.

O leão e o tigre agradeceram ao sábio monge. Eles ficaram felizes porque continuaram sendo amigos.



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Mahura - a moça trabalhadeira







Quando Olorum criou o universo, o céu e a terra viviam juntos e em perfeita harmonia: as gotas de chuva se juntavam às águas das cachoeiras, o vento e a brisa eram companheiros inseparáveis e propiciavam um belo espetáculo formando mosaicos de folhas secas e gravetos, os homens compartilhavam a vida e não havia distinção de credo e cor, pois todos faziam parte de uma única raça: a humana.
Um dia, a terra achou que havia chegado a hora de ter um filho e deu à luz uma bela jovem na aldeia Okulo a quem deu o nome de Mahura, que significa moça trabalhadeira.
Mahura cresceu depressa e logo desenvolveu suas aptidões: trabalhava incansavelmente e com muita disciplina. Durante o dia, cuidava dos ciclos da natureza e, quando o sol se punha, sentava-se ao chão perto de um enorme pilão que usava para triturar raízes, sementes e cascas que serviriam para fazer a tintura colorida que tingia a palha e o algodão que vestia a sua tribo. Só que o pilão que Mahura usava era mágico e, quanto mais usado, mais crescia e, como a jovem era alimentada pelo trabalho, mais vigor empreendia na sua labuta.
Tanto o pilão cresceu que começou a machucar o céu que no início gemia baixinho; mas, não conseguindo suportar as dores causadas pela mão-de-pilão de Mahura, passou a reclamar.
- Céu, sobe mais um pouquinho! - pedia a moça.
Com isso, o céu foi se distanciando, distanciando, se tornando cada vez mais inacessível até chegar a ponto das nuvens não poderem mais brincar livremente e as gotas de chuva não conseguirem mais manter o solo úmido e fértil que foi ficando fraco e pobre. As frutas não mais brotavam nas árvores como flores em buquê e a tristeza tomou conta de tudo.
Também Mahura ficou infeliz e resolveu pedir desculpas ao céu que estava tão inatingível e não ouviu suas lamúrias. Então, a jovem resolveu ofertar um presente, retirou uma pepita dourada do leito de um rio dando-lhe o nome de Sol e, de uma caverna escura, retirou uma pedra redonda e reluzente à qual batizou de lua.
Atirou os presentes bem para o alto, um de cada lado do céu como um pedido de desculpas que aceitou as oferendas, mas preferiu ficar lá em cima, pois era mais seguro.
Assim contaram, assim lhes contei: se dúvida tiverem do causo aqui narrado, olhem à noite para o céu. As estrelas que virão brilhando nada mais são do que as cicatrizes deixadas pelo pilão de Mahura. 



Um Conto da tradição Oral de Moçambique
 

A Força







Os animais decidiram fazer um concurso para ver qual deles era o mais forte. A ideia do concurso foi do Elefante.
— Encontramo-nos todos na quarta-feira. Veremos quem tem FORÇA.
O primeiro a chegar foi o Chimpanzé, que chegou aos saltos.
— Força! Eu tenho força. Vejam só estes BRAÇOS! Esperem só até verem a minha força!
O Chimpanzé sentou-se. Chegou o Veado.
— Força! Olhem para estas PERNAS! Tenho tanta força!
O Veado sentou-se. A seguir veio o Leopardo. Mostrava as garras e rugia.
— Força! Olhem para estas GARRAS! Eu tenho força!
O Leopardo sentou-se. Depois veio o Bode, que baixou os seus chifres fortes.
— Força! Vejam estes CHIFRES! Isto é força.
O Bode sentou-se. Chegou o Elefante. Caminhava muito devagar.
— El…e…fante…significa força.
O Elefante sentou-se. Esperaram e voltaram a esperar. Faltava mais um animal.
Finalmente o Homem chegou, a correr.
— Força! Força!
O Homem exibia os seus músculos.
— Eis-me aqui! Podemos começar!
O Homem tinha trazido a sua espingarda para a floresta e tinha-a escondido nos arbustos. Era por isso que estava atrasado. O Elefante encarregou-se de dar início ao concurso.
— Agora que o Homem chegou, podemos começar. Chimpanzé, mostra-nos a tua força!
O Chimpanzé deu um pulo. Correu para uma pequena árvore e trepou-a. Dobrou-a e deu-lhe um nó. Desceu da árvore e disse:
— Então? Isto não é força?
Os animais exultaram.
— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!
Depois acalmaram.
— Bem…Chimpanzé. Senta-te. O próximo!
O Veado pôs-se de pé com um salto. Correu três quilómetros em direcção à floresta. Correu outros três quilómetros de volta. Nem sequer estava ofegante. Vangloriou-se:
— Vejam só! Se isto não é força…
Os animais concordaram.
— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!
— Bem…Veado. Senta-te. O próximo!
O Leopardo pôs-se de pé e esticou as garras enormes. Começou a esgravatar a terra. Scrung…scrung…scrung…scrung… Como o pó voava! Os animais saltaram para trás. Estavam assustados. O Leopardo perguntou:
— Aaaah! Isto é força ou não é?
— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!
— Bem… Leopardo. Senta-te. O próximo!
O Bode era o seguinte. Baixou os chifres enormes. Havia por ali um campo de canas e o Bode começou a escavar o campo. Shuuu…shuuu…shuuu…shuuu… Os chifres fizeram uma estrada através do campo. O Bode voltou-se. E escavou outra estrada até ao lugar onde estavam os animais. Depois perguntou:
— Não é força, isto?
Os animais ficaram impressionados.
— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!
— Bem… Bode. Senta-te. A seguir?
A seguir vinha o Elefante. Havia muitas árvores em redor que cresciam bem juntas. O Elefante encostou o seu ombro enorme de encontro às árvores. E eennhh…eeennhh… eeennhh…kangplong! As árvores caíram todas. O Elefante exclamou:
— Que tal? Isto não é força?
Os animais ficaram impressionados.
— Força! Força! Força! Força! Isso é que é força!
— Bem… Elefante. Senta-te. O próximo!
Era a vez do Homem. O Homem correu para o meio do círculo. Começou a rodopiar. Deu saltos mortais. Fez a roda. Fez o pino. Volteou em redor deles sem cessar. Depois parou e perguntou:
— Força! Força! Isto não é força?
Os animais entreolharam-se.
— Bem…foi excitante.
— Mas era força, aquilo?
— Nem por isso…
— Só sabes fazer isso?
O Homem sentiu-se insultado.
— Muito bem, então vejam isto!
O Homem subiu a uma palmeira. Tão depressa! Tão depressa! Atirou cocos da palmeira. Desceu da árvore. Perguntou de novo:
— Força! Força! Isto não é força?
Os animais olharam para ele.
— Chamarias àquilo força?
— Só subiu a uma árvore.
— Isso não é bem força.
— Há mais alguma coisa…?
O Homem estava zangado.
— Força? Eu mostro-vos o que é FORÇA!
O Homem correu para o arbusto. Agarrou na arma. Correu de novo para junto deles. O Homem apontou a arma ao Elefante. Ting… Puxou o gatilho. Kangalang! O Elefante tombou. Estava morto. Morto. O Homem dava pulos e gabava-se:
— Força! Força! Isto não é FORÇA?
O Homem olhou em redor. Os animais tinham ido embora. Tinham fugido para a floresta.
— Força!…
Não havia ninguém para o ouvir gabar-se. O Homem estava sozinho. Na floresta, os animais juntaram-se a um canto para trocar impressões.
— Viste aquilo?
— Era força aquilo?
— Chamarias àquilo força?
— Não. Aquilo era MORTE.
— Aquilo era MORTE.

A partir desse dia, os animais não voltaram a caminhar com o Homem. Quando o Homem entra na floresta, tem de caminhar sozinho. Os animais ainda falam do Homem… Da criatura Homem… O Homem é aquele que não conhece a diferença entre força e morte.


- Um conto da África Ocidental