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O palhaço narigudo






Era uma vez um palhaço que se clamava PIMPOLHO ele adorava trabalhar no circo,todos achavam muita graça de tudo o que ele contava e fazia,mas o palhaço não estava muito contente com o seu NARIZ. Numa certa noite ele pediu para o papai do céu para diminuir o seu NARIZ que era muito grande. Então papai do céu,enviou um anjo para resolver o problema que tanto preocupava o nosso amigo PIMPOLHO.
Quando amanheceu o dia ele foi lavar o rosto e se olhou no espelho ele ficou assustado de ver que o seu nariz tinha diminuído. Lá foi ele no circo para alegrar as pessoas,mas por mais graça que ele fazia ninguém achava mais graça em nada que ele fazia.
Ele começou a ficar muito triste até que uma certa noite,o papai do céu mandou novamente o anjinho para socorrer o nosso amigo Pimpolho
Quando amanheceu o dia Pimpolho ficou surpreso quando olhou no espelho e viu que o seu nariz tinha voltado ao tamanho normal (BEM GRANDE). Quando ele voltou no circo todos gritavam que palhaço engraçado!! Voltou a alegria do circo e ele agradecido nunca mais reclamou do seu nariz.

A casa que chorava





João Fernando fazia sua primeira excursão com o grupo de escoteiros mirins de sua escola.
Eram, para ele, emocionantes todas as etapas do evento: as aulas de ciências naturais, as refeições ao ar livre, as caminhadas; as noites dormidas em barracas e a proximidade com a paisagem campestre o fascinavam.
Tudo para ele era novidade.
De vez em quando, sentia saudade de seus pais Maria Helena e Fabrício e de suas irmãs Maria Cristina e Maria Inês; a estas duas havia prometido levar alguma lembrança quando voltasse.
Por esse motivo, ia olhando tudo ao seu redor, para ver se algo agradaria às duas meninas.
E foi assim que, sem se dar conta, João Fernando afastou-se do grupo. Em dado momento, deparou-se com uma casa velha, abandonada; estava vazia e suja; janelas e portas escancaradas.
Aproximou-se,bateu palmas,expiou; ali não morava ninguém e talvez há muito tempo, apoiou o braço na janela, limpou o pó com a mão e falou para si mesmo:
Não é ruim, deveria até ter sido boa; se a limpássemos, poderia servir para tomarmos aqui nossa refeição!
Passou levemente a mão sobre a parede e notou que estava molhada; olhou com mais atenção e imaginou serem lágrimas o líquido que escorria em forma de gotinhas.
Pobre casa abandonada, disse ele, quem teria feito isso? E ouviu uma resposta:
__Foi a minha dona, há muitos anos; uns treze, você nem havia nascido! João Fernando, julgando ser uma brincadeira de algum dos escoteiros, olhou para todos os lados e constatou que estava só. E a voz prosseguiu: __ Pobrezinha de minha dona, ela me cuidava tanto!...
Estas janelas, que você vê empoeiradas e carcomidas, traziam alvas cortinas que balançavam ao vento, deixando penetrar os raios do Sol durante o dia e, permitindo à noite, que a lua espiasse a singeleza daquela que para aqui veio ainda criança!
Eu era branca e perfumada pelas flores do jardim que ela cultivava e emoldurada por um belo pomar que ela plantou!
Havia pássaros no abacateiro e as flores das laranjeiras atraiam borboletas de cores variadas!
Ela era alegre e feliz e enquanto costurava sentada junto à janela, seu canto fazia inveja aos rouxinóis!
Fez uma pausa, suspirou e prosseguiu: era uma ternura a minha patroazinha: frágil, meiga...Ah, que saudade tenho dela!
Não a culpo por ter me deixado só!
Sim, porque seus pais morreram e ela se foi para a cidade morar com os tios; eles não queriam que ela vivesse só!
João Fernando estava admirado; era mesmo a velha casa que falava e eram lágrimas, sim, lágrimas o que estava molhando sua mão apoiada na janela.
A casa abandonada soluçou. Pobrezinha!, disse o menino, como eu gostaria de trazê-la de novo para você; mas, não posso, não posso! __Ninguém pode, respondeu a velha casa, e assim, eu me tornei uma sombra do passado; hoje sirvo de abrigo a bêbados e vadios!
Até o pomar está todo caído, sumido dentro do mato; os passarinhos se foram; só resta mesmo a saudade!
__Vou falar com o instrutor, disse João Fernando, poderemos limpá-la e torná-la um pouco mais agradável! Não demoro! Até logo, casinha amiga!
O garoto falou ao instrutor sobre a sua descoberta, mas nunca falaria sobre sua conversa com a velha casa; diriam que estava louco!
Quem já ouviu casa falar?
O instrutor gostou da idéia e, naquele dia, limparam a casa, o melhor que puderam; colocaram ali suas esteiras, jantaram e dormiram na velha casa, aquela noite e nas noites subsequentes.
Nosso pequeno escoteiro notou que, enquanto ocupavam a casa, ela não chorava; parecia ter esquecido, por um pouco, sua grande mágoa.
O grupo de escoteiros capinou o pomar e, com estacas, levantou os pés de frutas e fez, de modo geral, uma grande faxina.
Chegou a hora da partida e João Fernando, de propósito, deixou-se ficar um pouco para traz do grupo, para se despedir da velha casa.
Volte sempre meu amigo, disse ela, não se esqueça de mim!
E, novamente, as gotinhas escorreram pelas paredes da casinha,João Fernando molhou os dedos naquelas lágrimas e estendo a mão, prometeu:
__Não a esquecerei, palavra de escoteiro!
E o nosso pequeno escoteiro não acabava mais de narrar, aos pais e às irmãs, tudo o que havia visto e aprendido.
Depois, dedicou-se a convencê-los a irem conhecer o maravilhoso achado, onde poderiam construir a casa de campo que estavam planejando.
Tanto insistiu, que num fim de semana, lá se foi a família, a conhecer o sítio onde o garoto acampara.
Antes de partirem, o menino, que não conseguia mais guardar segredo, contou à mãe sobre a sua conversa com a velha casa.
__Mamãe, disse ele, você acredita que estou louco; casas não falam, não é mesmo?
Maria Helena estava pensativa, mas procurou tranqüilizar o filho:
Não se preocupe, meu filho, aos onze anos, costumamos sonhar e sonhos tão bonitos que podem parecer realidade!
Ele sabia que não era sonho, mas pediu à mãe que nada dissesse a seu pai.
Ao chegarem ao local, João Fernando puxou a mãe pelo braço, fazendo-a correr com ele, na frente do pai e das irmãs; queria que ela fosse a primeira a conhecer a casa que chorava.
E a velha casa estava a verter lágrimas por toda a fachada.
João Fernando parou admirado, enquanto Maria Helena se aproximou e beijou delicadamente os batentes da porta e da janela, enquanto o filho a ouvia conversar com uma velha e conhecida amiga: Meu velho lar querido, meu amado e antigo lar, eu sabia que um dia voltaria para você; agora nunca mais a deixarei, nunca! nunca! João Fernando abraçou-se à mãe. Mamãe!
Era você então, a amada dona desta velha casa?
É você por quem ela chora e por quem espera?
Sim, filho, você já sabe; deve ficar entre nós! Perceberam, então, que a velha casa já não mais chorava; estava feliz.
Maria Helena e Fabrício construíram ali uma bela casa, conservando a velha casinha que fora restaurada e embelezada ainda mais que outrora. Era lá que Maria Helena fazia seus trabalhos de agulhas e onde as crianças estudavam e brincavam.
Quem passa hoje em dia pela estrada, de longe pode ver as brancas cortinas nas janelas balançando ao vento e, à noite, a lua entrando novamente pelas frestas.
As flores e os pássaros são o seu mais belo adorno.
As laranjeiras novamente florescem, exalando seu perfume; o abacateiro reergueu-se e todo ano enche-se de frutos.

O barquinho enjoado






Era uma vez um barquinho muito, muito infeliz.
Vivia embrulhado,Tinha enjoo do balanço do mar.
Era só começar a navegar e ele a passar mal, a marear.
Os peixinhos riam dele e, para piorar a situação, ficavam indo e vindo à sua frente, de pura molecagem, aumentando a aflição.
— Quem mandou nascer barquinho?
— brincava uma gaivota.
— Mas eu não nasci assim, sua boboca!
Por que não me deixaram ser árvore a vida inteira, parada num só lugar, sem este vai e volta, sem este vem e vai?
— reclamava o pobrezinho
— Puxa vida... ai, ai, ai!
Seu dono, um velho pescador, nem notava o problema do coitado.
Todo dia, de manhã cedo, saía atrás de peixe, sem domingo nem feriado.
Não tinha folga o barco enjoado.
Mas um belo dia, tudo mudou!
Todo contente, o pescador apareceu com um barco bem novinho.
Era amarelo e cor de vinho.
E o outro se aposentou.
Desde este dia, quanta alegria!
Não precisa mais ir para o mar, nem marear.
Fica na areia, tomando sol numa boa, olhando de longe a pescaria.
No barco enjoado o velho escreveu “peixe fresco todo dia” para atrair a freguesia.
Esta sim era a vida que ele queria! 



esta história foi retirado deste site http://www.divertudo.com.br/historias.