Páginas

Olhos Coloridos e Orelhas de Voar







    Era uma vez, uma jovem princesa que vivia escondida em seu castelo. Era um lindo castelo, cercado por montanhas e lagos, onde lindos cisnes passeavam seguidos de seus filhotinhos. Mas a princesinha não saía de seu quarto. Não queria que seus súditos a vissem. Quando ela precisava sair, colocava um grande chapéu com véu sobre a face para que ninguém visse seus olhos.

     Seus maravilhosos olhos!

     Sim, nossa princesinha tinha olhos maravilhosos. Um olho era verde como a relva da campina na primavera, tocada pelo sol da manhã quando aquece as gotículas de orvalho das folhas. O outro era azul, de um azul límpido como o mar da Grécia quando se junta com o azul do céu vibrante de verão.

     A princesa tinha vergonha de ter os olhos de duas cores, e por causa disso se refugiava em seu quarto, sonhando com as montanhas, com os cisnes e com as outras crianças que brincavam no pátio do castelo. Crianças pobres, filhas dos camponeses, de roupas surradas, botinas rasgadas, mas que eram livres e felizes.

     Um dia, o filho de uma camponesa veio trazer a rainha, que era muito bondosa para seu povo, uma cesta com potes de geleias e doces feitos com as frutas das muitas árvores que circundavam o reino. E justamente na hora que o menino entrava pela porta dos fundos, a princesinha entrava na cozinha a procura de uma guloseima. Eles se olharam e nenhum dos dois viu os defeitos que achavam que tinham. A princesinha, seus olhos de duas cores, e o pequeno camponês as orelhas de abano. O menino viu uma linda princesa de contos de fadas, em seu vestido cor de rosa com pequenas flores bordadas e botões brilhantes, e a princesa viu um menino feliz, com as faces rosadas de tanto correr ao redor do pátio do castelo.

     De repente, eles se lembraram de seus problemas, a princesa rapidamente fechou os olhos e o menino tapou as orelhas. Só que a princesa chamou o menino para brincar com ela, mas ele tapando suas orelhas, não ouviu. O menino quis mostrar a princesa seu cavalinho de pau, mas a princesa com os olhos fechados, não viu. Cada um deles, muito triste, voltou para seus afazeres, sem saber que por causa dos defeitos que ninguém via que tinham, perderam a oportunidade de fazer novos amigos, brincar e serem felizes.

A princesa continuou escondendo-se no quarto, se achando feia e o menino enterrando um chapéu na cabeça pra tampar as orelhas que só a ele incomodavam.

Moral: Não deixe que os defeitos que você vê em si mesma a afaste das outras pessoas, que querem apenas ver o que você tem dentro do seu coração, pois sua beleza esta no que você guarda dentro de si.

Claudia Nunes Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário