Páginas

As coisas que mais gostamos





Era um daqueles dias de Verão em que sopra uma brisa suave. As nuvens corriam umas atrás das outras pelo céu, passeando pelo mundo.
Milly e Molly estavam deitadas na relva, com as cabeças juntas. Fazia calor e elas estavam pensativas.
E, se a Pipa e a Beta não as tivessem encontrado, provavelmente teriam adormecido.
O João e o Toni também apareceram.
— Esta é uma das minhas coisas preferidas — disse Molly.
— O quê? — perguntou o João.
— Deitar-me na relva a ver as nuvens — respondeu Molly.
— Qual é a tua coisa preferida?
— Hambúrgueres — disse o João.
— Não, João, não estou a falar disso. Falo de sentimentos — disse Molly.
— Como quando o meu pai me vai ver jogar râguebi? — perguntou o João.
— Sim — disse Molly baixinho.
— Como o cheiro a pó de arroz da Avó quando me lê histórias — disse a Beta.
— Gosto muito quando o meu pai me deixa pegar na cana de pesca dele — disse o Toni.
— E eu gosto das segundas-feiras, quando os meus lençóis cheiram a sol — disse Milly.
— Eu gosto de me sentar no sofá do meu pai, quando ele se levanta e as almofadas ainda estão quentes — disse Molly.
— E eu gosto de encontrar a minha mãe ao pé dos morangueiros, quando chego da escola — disse João. — Ela dá-me sempre os melhores.
— Eu gosto que o meu pai me ponha um pano frio na testa, quando eu estou na cama, doente — disse a Beta.
— Quando há trovoada — disse o Toni — gosto de me ir meter na cama quentinha dos meus pais.
— Eu gosto de beber chocolate quente com o meu pai, ao pé da lareira, enquanto ele me conta histórias — disse a Milly.
— Eu gosto do cheiro do bolo de chocolate a sair do forno, quando chego da escola, à sexta-feira — disse Molly.
O Toni pôs-se de pé.
— É sexta-feira, Molly! De que é que estamos à espera?
— Vou chegar primeiro! — gritou o João.
— Vocês são um grupo muito especial — disse a mãe da Molly.
— Gosto quando dizes isso — disse Milly, com a boca cheia de bolo de chocolate.
E todos disseram que sim com a cabeça.


Gill Pittar
Milly Molly – Tomo I
Rio de Mouro, Everest Editora, 2006

Nenhum comentário:

Postar um comentário