Avaliar na Educação Infantil: Como fazer?

 


 


 

Lembrar... “que a importância de uma coisa não se mede com fita

métrica, nem com balanças, nem barômetros, etc. Que a

importância de uma coisa há que ser medida pelo

encantamento que a coisa produza em nós”.

Manoel de Barros

 

Qual a etapa mais importante na vida escolar da criança? A Educação Infantil, é claro! Por meio da escola a criança terá seus primeiros contatos sociais e culturais, além da sociabilidade e interação entre seus pares.

A avaliação é um instrumento importante para que o professor entenda o contexto da aprendizagem. Afinal, além de apontar como a criança tem se desenvolvido, serve para examinar falhas no aprendizado e o que pode ser feito para corrigi-las.

Como se dá o processo de avaliação na educação infantil? Deve ser contínuo: ou seja, a efetividade da aprendizagem precisa ser avaliada durante todo o trabalho. Afinal, o objetivo é o desenvolvimento do aluno em todos os aspectos. Se for realizado de forma adequada, esse trabalho permite as dificuldades e as habilidades dos pequenos.

Como sabemos, o processo de ensino-aprendizagem ocorre de forma gradual, contínua, cumulativa e integrativa. Desta forma, envolve ações, sentimentos, erros, acertos e novas descobertas. A avaliação, então, serve como auxiliar nesse processo, pois ajuda a criança a acompanhar suas conquistas, dificuldades e possibilidades.

Qual  o papel do professor na avaliação da educação infantil?

Os professores estão presentes no cotidiano da criança e acompanham de perto o seu desenvolvimento. Além de exercer a função de educador, o professor deve ter atenção à maneira que cada aluno interage com os colegas e demais professores, durante as aulas e no decorrer das atividades.

A partir disso, será possível identificar qual área do conhecimento a criança tem mais facilidade em apropriar-se, bem como conhecer aquelas, que apresentam alguma necessidade educacional. Esse processo permite o acesso às potencialidades e dificuldades deles, e possibilita o direcionamento do planejamento de forma favorável ao ensino-aprendizagem e desenvolvimento individual.

Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação, na seção II, artigo 31, item 1, determina que a avaliação deve ocorrer “mediante o acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental”.

Todas as informações relevantes sobre as crianças devem ser registradas. Especialmente na educação infantil, em que a avaliação deve ser um processo contínuo, é essencial observar os pequenos com atenção e anotar os dados relativos a cada criança periodicamente.

APRENDIZAGENS E DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS


 

Alguns itens específicos devem ser observados com mais atenção e registrados ao longo do tempo, por exemplo:

O DESENVOLVIMENTO MOTOR: (incluímos a coordenação motora fina e grossa). Em relação à coordenação motora fina, a criança deve aprender o movimento “pinça”. Saber segurar, girar, dar nós, movimentos com tesouras, rasgar papéis, desenhos, brincar com lego/jogos de montar... Isso favorecerá a escrita futura. Sobre a coordenação motora grossa ou ampla, a criança deve manipular os membros superiores e superiores. Em que momentos podemos observar isso? Nas brincadeiras, nas músicas, danças... Isso significa o ritmo... Quando as crianças conseguem dançar, saltar, correr, usar as formas de lateralidade (a criança deve aprender no concreto as noções de direita e esquerda, dos cinco aos seis anos),

PRÁTICAS DE ORALIDADE: É necessário a criança ter um domínio de vocabulário para expressar-se. Em que momentos podemos observar? Nas rodas de conversas, na hora da contação de história quando ela interage com seus pares, conta e reconta as histórias. A criança fala somente no diminutivo? (Se até aos quatro ou cinco anos de idade, a criança não desenvolveu a oralidade, informar à família a importância de procurar ajuda com um profissional da saúde).

O RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO: A criança deve desenvolver o senso quantitativo. Quando eu observo isso? Quando o professor apresenta em seus materiais, quando ela identifica em algum lugar da creche, nos jogos, tampinhas (sucatas de maneira geral), nas brincadeiras...

A SOCIALIZAÇÃO: Ela dá origem a um processo na construção da autonomia. Ela sabe esperar sua vez de falar, deixar o outro falar? Sabe ir ao banheiro sozinho? Sabe dividir, partilhar com seus pares? Consegue vestir-se sozinha ou sempre pede ajuda? No momento da refeição, alimenta-se de forma independente ou precisa de ajuda? Escolhe o que vai comer?

PARTICIPAÇÃO: Como é a sua participação nas atividades? A criança participa das atividades sozinha ou necessita de ajuda do professor ou colegas? Interage com os colegas e o professor? Participa nas rodas de conversas, nas contações de histórias, nas brincadeiras? Demonstra resistência em fazer trabalhos em equipe?

APRENDIZAGEM: Quais são as suas habilidades e dificuldades? Reconhece letras, formas, números? Consegue, nos momentos das músicas/danças acompanhar os ritmos? Sabe trabalhar lateralidade nesses momentos?

CRIATIVIDADE E HABILIDADES: Usa da criatividade ou reproduz somente o que o professor propôs?

EMOÇÕES DESENCADEADAS: Como reage às conquistas e fracassos? Chora, faz birra se joga no chão, a criança morde ou bate no colega, fica entusiasmada?

Ao longo da proposta...

O que me surpreendeu? O que a criança faz que não fazia antes? Como se engajou na proposta? Que materiais escolheu e como os utilizou? Que situações criou para utilizar o novo conhecimento? O que ela aprendeu que ainda não sabia? Que caminho foi percorrido para essas descobertas? Que hipóteses foram levantadas? Como a criança resolve as situações de conflitos?

IMPORTANTE!!!!


 

Converse com as crianças

Conversar possibilita o estreitamento dos vínculos afetivos e a aproximação com eles. O professor sendo próximo à turma que desenvolve seu trabalho é privilegiado por reunir informações valiosas que só são possíveis no contato direto com ela. Assim, invista nos diálogos em sala de aula, pois, eles proporcionam um grande diferencial nos resultados a serem obtidos por serem fiéis à realidade da turma.

Dialogue com os pais para entender o contexto familiar da criança

A colaboração da família permite desenvolver um trabalho que melhore o desempenho escolar infantil, assim como contribui para sua formação enquanto cidadãos. Além disso, manter uma relação saudável e próxima com eles é benéfico ao trabalho do professor, pois os pais ajudarão a nortear as decisões escolares.

Crie formas de autoavaliação para as crianças

Dentre os tipos de autoavaliação na educação infantil, destacam-se as rodas de conversa, desenhos, ou mesmo aquelas que o professor achar mais adequadas à realidade que está inserido. Essas dicas dadas pelos próprios alunos proporcionam ao professor uma reflexão sobre suas práticas, a fim de analisar se elas estão adequadas ao perfil da turma, bem como às necessidades de cada um.

Envolva os alunos em práticas e atividades culturais

No contexto da avaliação, o uso de práticas e atividades culturais possibilita ao professor analisar aspectos muito relevantes nas crianças, como físicos, sociais, emocionais e cognitivos.

O Relatório de Avaliação pode ser finalizado com uma mensagem carinhosa para o aluno, como, por exemplo, foi muito bom ter participado do desenvolvimento da fase mais importante da sua vida.

Enfim, a criança deve torna-se aprendiz. E para torna-se aprendiz é preciso: pensar, perguntar, agir, interagir com seus pares, construir o seu próprio conhecimento de forma autônoma.

“Não há sentido algum em processos avaliativos que se destinam a fazer descrições definitivas (ela é, demonstra que, etc), e comparativas (destacou-se, participa sempre, às vezes, raramente...) a partir de critérios uniformes, tratando a criança que não se enquadra no padrão estabelecido como inferior ou superior ou incapaz).” Jussara Hoffmann

 

HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade.

https://www.youtube.com/watch?v=_kZcqO2j2NY

 

 

 


















HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade.

https://www.youtube.com/watch?v=_kZcqO2j2NY

 


História: "Era uma vez um caracol furado" - Bia Villela




 



















Gostou da História??? Que tal fazer uma brincadeira?

 

O vento soprando frio na casa de metal.


Para isso iremos precisar de:

Uma bolinha de papel, isopor ou plástico.

Várias colheres.

Colocar as colheres uma agarradinha na outra formando assim um caracol, pode ser em cima da mesa ou no chão.

A criança colocará a bolinha na entrada da casinha e vai soprá-la fazendo o contorno do caracol.