Mamãe Galinha






Vivia, num grande galinheiro, uma galinha e sua ninhada de pintinhos. Eram doze lindos pintinhos amarelos e brancos. A mamãe galinha cuidava de todos com muito amor.
Levava a ninhada para tomar banho. Nesse momento a mamãe galinha dizia:
– Crianças, hora de comer!
 E lá vinham todos correndo e piando alegremente liderados pelo pintinho que saiu primeiro da casca do ovo, o irmão mais velho. Avançavam na comida que o fazendeiro preparava diariamente para servir às aves, mas a mamãe galinha, sempre atenta, levava a prole para o cantinho onde o homem colocava o milho bem picadinho, acompanhado de verdura cortada bem fininha. Eles ainda não podiam comer a comida das aves adultas. Depois de comer iam descansar sob as asas quentinhas da mamãe galinha.
Assim eles foram crescendo. Um belo dia a mamãe galinha chamou os pintinhos. Eles correram até mamãe. Então ela contou:
- Um, dois, três, quatro…onze. Huuum! Está faltando o mais velho. A mamãe galinha ficou desesperada e começou a chamar:
– Có, có, có, có
O pintinho não apareceu. Ela percorreu o imenso galinheiro, não encontrou o filhinho. Foi então que viu um buraco na rede de arame que cercava o galinheiro. Entendeu tudo. O pintinho saiu por ali. E agora, fazer o quê?
Ela não podia deixar os outros filhos desprotegidos. Se saísse na certa os outros pintinhos escapariam pelo buraco da cerca e se perderiam. Ficou ali, diante do buraco, esperando. Os onze pintinhos estavam tristes, não tinham mais o irmão para liderar as brincadeiras. De vez em quando, ouvia-se o chamado da mamãe galinha. Era um có, có, triste, cheio de preocupação de uma mãe que espera o filho.
À tarde começou a chover, e o vento forte balançava a rede do galinheiro. A mamãe galinha recolheu-se junto com os pintinhos no ninho. Agachou-se sobre as palhas, abriu as asas e recolheu todos os filhos. As outras galinhas e os galos perceberam a tristeza da mãe. A galinha carijó, que dormia no poleiro em frente, disse:
– Não fique triste… ele saiu para conhecer o terreiro da fazenda e como é muito extenso demora um pouco. Ele voltará rápido.
– Não sei, carijó. Com este tempo, este vento forte… Penso que o vento pode levar o meu filho para longe, e ele, tão pequeno, não vai saber voltar para casa.
Enquanto as duas conversavam o dono fazenda, todo encapotado por causa da chuva, abriu a porta do galinheiro e tirou de dentro da sua capa o pintinho desaparecido. Colocou-o no chão e ele correu gritando:
– Mamãe, mamãe, eu tive tanto medo da chuva…
Foi um alvoroço. Os irmãos piavam de alegria. A mamãe cantava de felicidade pela volta do filho são e salvo. Abriu as asas para aquecer o fujão que estava todo molhado. O pintinho prometeu que nunca mais iria sair por aquele buraco por maior que fosse a sua curiosidade, porque amor e proteção de mãe ele só tinha ali no galinheiro. E a mamãe galinha, num gesto de carinho, abria com o bico as penas molhadas do pintinho para limpar e ajudar a secar mais rápido.
– Puxa! Terminou a história, avó? – perguntou o netinho.
– Claro, meu filho!
– Amor de mãe serve pra qualquer espécie, não é avó!
– Sim, meu neto, qualquer espécie, até as cobras amam seus filhotes porque amor de mãe é o sentimento mais puro, mais sagrado que existe. Tudo pode passar, tudo pode desmoronar, mas o amor de mãe está no mundo todo e é eterno meu querido neto.


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O Pássaro Que Enganou O Gato






Certo dia, um gato muito sabichão caminhava sobre o telhado de uma casa, quando avistou um canarinho assobiando, em um fio da rede elétrica.

“Ei! Belo pássaro cantor, já sabe da novidade?” Disse o bichano olhando para o alto.

“Que novidade?” Perguntou o passarinho, já desconfiado.

“Uma nova lei foi aprovada... Agora todos os bichos terão de ser amigos, não haverá mais rivalidade, nem presas, nem predadores e todos terão que viver em harmonia”.

“Sério?!!” Questionou o canário.

“Sim, e para comemorar, voe até aqui e venha-me dar um abraço, sejamos amigos!”.

“Tudo bem” disse o canário, ”Vou pousar próximo à casinha do Rex, aquele grande pastor alemão ali no quintal e então nos abraçaremos e comemoraremos os três juntos”.

Ouvindo isto, o felino saltou tentando agarrar o pássaro, que voou rapidamente e gargalhou do gato.

“Lei nova... ha, ha, ha, ha!!!

O gato saiu frustrado e resmungando, pois não contava com a astúcia do pequeno pássaro.

O sonho das três Árvores








Havia no alto de uma montanha três árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes.
A primeira, olhando as estrelas, disse: "Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros". A segunda, olhando o riacho, suspirou: "Eu quero ser um navio grande para transportar reis e rainhas". A terceira olhou para o vale e disse: "Quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem os olhos e pensem em Deus".
Muitos anos se passaram e certo dia três lenhadores cortaram as árvores que estavam ansiosas em ser transformadas naquilo que sonhavam. Mas os lenhadores não costumavam ouvir ou entender de sonhos... Que pena!
A primeira árvore acabou sendo transformada em um cocho de animais coberto de feno.
A segunda virou um simples barco de pesca,carregando pessoas e peixes todos os dias.
A terceira foi cortada em grossas vigas e colocada de lado num depósito.
Então, desiludidas e tristes, as três perguntaram: Por que isso?
Entretanto, uma bela noite, cheia de luz e estrelas, uma jovem mulher colocou seu bebê recém-nascido naquele cocho de animais. E de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo.
A segunda árvore estava transportando um homem que acabou por dormir no barco em que se transformara. E quando uma tempestade quase afundou o barco, o homem levantou-se e disse: "Paz!" E num relance, a segunda árvore entendeu que estava transportando o rei do 
céu e da terra! Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Logo sentiu-se horrível e cruel. Mas, no domingo seguinte, o mundo vibrou de alegria. E a terceira árvore percebeu que nela havia sido pregado um homem para a salvação da humanidade e que as pessoas sempre se lembrariam de Deus e de seu filho ao olharem para ela. As árvores haviam tido sonhos e desejos. Mas sua realização foi mil vezes maior do que haviam imaginado.
Portanto, não esqueça: não importa o tamanho do seu sonho! Acreditando nele, sua vida ficará mais bonita e muito melhor de ser vivida!



O Elefante que não sabia escovar os dentes






Era uma vez, num lugar muito afastado, um jovem elefante que estava com dentes cariados. 
A sua vida ornara-se uma verdadeira agonia. 
Um dente doía de noite e o outro doía de dia.
 Que sofrimento seria, imagine você, se os dois dentões do elefante 
de uma só vez resolvessem doer?!
Teve um dia que foi aquele Deus nos acuda. 
O pobre elefante, na feira, procurava ajuda. 
- Futuca os seus dentões com cabo de vassoura!
 – gritou o coelho, que ali vendia cenoura.
- Bota pimenta e vê se não se engana! 
– indicou o saltitante macaco, enquanto gritava:
 - olha a banana. Olha a banana!
Já as abelhas Margarida e Izabel, para acudir o amigo, 
prepararam um chazinho, bem quentinho, desses de limão com mel.
- Resolvo isso com um coice! Comigo é assim! 
– bufou no canto da feira o burro que vendia capim.
- Hei, seu grandão, tenho muito din-din. 
Se quiser eu posso comprar esses seus estragados dentes de marfim!
 – disse a astuta raposa, vendedora de galinhas.
 E o convidou para trás de sua banquinha.
- Oi seu elefante, eu sei de uma simpatia.
 – cochichou o pequenino furão, de dentro do buraco de uma melancia.
- Oh, senhor elefante, se não se importa, eu darei o meu ponto de vista: procure imediatamente a um dentista! 
– disse o galo do alto do seu cocoricó, que intercedeu ao dar por vista.
No dia seguinte, bem cedo, ao que o Sol ofereceu a sua linda luz, estava o jovem elefante no consultório da doutora Criszângela Avestruz. 
E a doutora, com um sorriso cativante, se aproximou do elefante, esticou o pescoço e pôs-se a trabalhar. 
Limpou e restaurou os dentes da frente, as duas presas e um molar. 
Constatou que todo o problema da dentição era simplesmente a  falta de uma cuidadosa e adequada escovação. 
E, ao perceber o seu dente torto, o informou que um aparelho resolveria. 
E, com uma voz suave, a doutora declamou a palavra “ortodontia”.
A doutora Avestruz  ensinou o jovem elefante a usar uma escova de dente bem macia, sempre em movimentos circulares, a limpar corretamente a língua, a gengiva e, naturalmente, também os dentes.  
Ensinou-lhe ainda que, para escovar os dentes, tem que movimentar a escova como a um trenzinho: para trás e para frente.
Daquele dia em diante, as visitas ao dentista passaram a ser constantes. 
E lá o jovem elefante ia, pelo menos, de seis em seis meses. 
Quem diria, depois de tudo resolvido, por qualquer motivo, o jovem elefante sorria. E mostrava os seus dentões e coisa e tal. 
Não demorou muito, tornou-se garoto propaganda de um creme dental!

Autor: João Luiz do Couto