Vaca Mimosa, que bela, que linda!
Tem quatro pernas, pernas de vaca.
Vaca Mimosa, que bela, que linda!
Tem pelo malhado, parece estampado.
Vaca Mimosa, que bela, que linda!
Tem olhos de vaca, redondos que
brilham.
Seus olhos de vaca parecem estrelas,
E a vaca sorrindo, tem lua na boca.
Os dentes da vaca, sorrindo,
sorrindo
Parecem a lua, parece tão lindo.
A vaca Mimosa passeia um passeio,
Parece que volta por onde ela veio:
Caminho de roça com muito capim.
Que linda Mimosa, num campo assim!
Mimosa formosa, balança ao andar
Bumbum de Mimosa, pra lá e pra cá.
Enquanto balança tlim tlim, belelém,
Tocando o sino que é seu colar,
Mimosa faceira, dá gosto de olhar!
Vaca Mimosa, batendo suas patas,
Seus cascos de vaca, por sobre o
caminho,
Balança o rabinho.
Num lado do caminho existe um mato
E dentro do mato, existe um velho
sapato.
O sapato é a casa da mosca Zenilda
A mosca Zenilda olhando pra fora,
Repara na vaca, que já vai embora.
Então Zenilda suspira e fala:
- Que vaca tão linda!! E como
badala!!!
Ai de mim! Quem sabe,
Se eu ficar bem junto dela,
Também fico bonita assim!
Mimosa caminha e a mosca acompanha
O rabo da vaca bate na mosca,
A mosca zumbindo chateia Mimosa.
A mosca pousa no joelho da vaca
fazendo cosquinha.
E a vaca, danada, bate na mosca, com
o rabo de vaca.
A mosca Zenilda chatilda, pousa na
barriga,
Na perna, nas costas,
Depois vai para a teta da vaca
Mimosa.
Mimosa, nervosa, sacode e balança,
Batendo com o rabo, mexendo com a
pança.
E Zenilda chatilda, zunzum na
orelha,
Depois vai zunindo bem perto dos
olhos da vaca Mimosa.
Mimosa, nervosa, mexe com o rabo
Sacode a pança, revira os olhos.
Pisca e repisca,
Fica vesga, por causa da mosca
chatilda
Que pousa bem na ponta do nariz.
Mimosa, irritada, gira rodando
Querendo, com a ponta do rabo,
Espantar Zenilda, a mosca chatilda.
E roda, e roda, até ficar tonta,
caindo no chão.
Mimosa cai, esmaga três flores,
Pois tombo de vaca, é tombo pesado,
Deixando por baixo o embaixo
amassado.
Aí, Mimosa faz nhoc com a boca
E engole Zenilda, a mosca chatilda.
E vai, e levanta e sacode a pança,
Balança as ancas e o sino tilm,
tlim.
Enquanto Zenilda, é mosca comida
igual a capim.
Mas eis que um vento, talvez
ventania,
Talvez muitos gases, talvez furacão.
Estoura PUM! PUM!
E dentro do vento, que sai de
Mimosa,
Batendo as asas, voando faceira,
A mosca Zenilda, revoa, chatilda...
Sylvia Ortofh
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