Era
uma vez, num lugar muito afastado, um jovem elefante que estava com
dentes cariados.
A
sua vida ornara-se uma verdadeira agonia.
Um
dente doía de noite e o outro doía de dia.
Que
sofrimento seria, imagine você, se os dois dentões do elefante
de uma só vez resolvessem doer?!
de uma só vez resolvessem doer?!
Teve
um dia que foi aquele Deus nos acuda.
O
pobre elefante, na feira, procurava ajuda.
-
Futuca os seus dentões com cabo de vassoura!
–
gritou o coelho, que ali vendia cenoura.
-
Bota pimenta e vê se não se engana!
– indicou o saltitante macaco, enquanto gritava:
– indicou o saltitante macaco, enquanto gritava:
-
olha a banana. Olha a banana!
Já
as abelhas Margarida e Izabel, para acudir o amigo,
prepararam um chazinho, bem quentinho, desses de limão com mel.
prepararam um chazinho, bem quentinho, desses de limão com mel.
-
Resolvo isso com um coice! Comigo é assim!
–
bufou no canto da feira o burro que vendia capim.
-
Hei, seu grandão, tenho muito din-din.
Se
quiser eu posso comprar esses seus estragados dentes de marfim!
–
disse a astuta raposa, vendedora de galinhas.
E
o convidou para trás de sua banquinha.
-
Oi seu elefante, eu sei de uma simpatia.
–
cochichou o pequenino furão, de dentro do buraco de uma melancia.
-
Oh, senhor elefante, se não se importa, eu darei o meu ponto de vista: procure
imediatamente a um dentista!
–
disse o galo do alto do seu cocoricó, que intercedeu ao dar por vista.
No
dia seguinte, bem cedo, ao que o Sol ofereceu a sua linda luz, estava o jovem
elefante no consultório da doutora Criszângela Avestruz.
E
a doutora, com um sorriso cativante, se aproximou do elefante, esticou o
pescoço e pôs-se a trabalhar.
Limpou
e restaurou os dentes da frente, as duas presas e um molar.
Constatou
que todo o problema da dentição era simplesmente a falta de uma
cuidadosa e adequada escovação.
E,
ao perceber o seu dente torto, o informou que um aparelho resolveria.
E,
com uma voz suave, a doutora declamou a palavra “ortodontia”.
A
doutora Avestruz ensinou o jovem elefante a usar uma escova de dente
bem macia, sempre em movimentos circulares, a limpar corretamente a língua, a
gengiva e, naturalmente, também os dentes.
Ensinou-lhe
ainda que, para escovar os dentes, tem que movimentar a escova como a um
trenzinho: para trás e para frente.
Daquele
dia em diante, as visitas ao dentista passaram a ser constantes.
E
lá o jovem elefante ia, pelo menos, de seis em seis meses.
Quem
diria, depois de tudo resolvido, por qualquer motivo, o jovem elefante sorria.
E mostrava os seus dentões e coisa e tal.
Não
demorou muito, tornou-se garoto propaganda de um creme dental!
Autor: João Luiz do Couto
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