A fofa da borboletinha era uma beleza, mas achava-se uma beldade. Devia, pelo menos, ser tratada como a rainha das borboletas, para que se sentisse satisfeita. Quanta vaidade, meu Deus!
Não tinha amigos, pois qualquer mariposa que se aproximasse dela era alvo de
risinhos e de desprezo.
- Que está fazendo em minha presença, criatura? Não vê que sou mais bela e
elegante do que você? costuma ela dizer, fazendo-se de muito importante.
Nem os seus familiares escapavam. Mantinha à distância os seus próprios pais e
irmãos, como se ela não houvesse nascido naturalmente, mas tivesse sido enviada
diretamente do céu. Tratava-os com enorme frieza, como quem faz um favor,
quando não há outro remédio.
- Sim, você é formosa, borboletinha, mas não sabe usar essa qualidade como
deveria. Isso vai destruí-la! previniu-a solenemente um sábio do bosque.
A borboletinha não deu muita importância às palavras do sábio. Mas uma leve
inquietação aninhou-se em seu coração. Respeitava aquele sábio e temia que ele
tivesse razão. Mas logo esqueceu esses pensamentos e continuou sua atitude
habitual.
Um dia, a profecia do sábio cumpriu-se. Um rapazinho esperto surpreendeu-a
sozinha voando pelo bosque.
Achou-a magnífica e com sua rede apoderou-se dela. Como é triste ver a borboletinha vaidosa atravessada por um alfinete, fazendo parte da coleção do rapaz!
Cada um tem aquilo que merece. Não adianta pôr a culpa de nossos erros nos outros, no destino, em Deus ou na má sorte. Cada um é responsável pelo seu próprio sucesso ou fracasso.
https://algumashistoriasinfantis.blogspot.com/2012/06/borboleta-orgulhosa.html
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