Era manhã de domingo de Páscoa e o vovô Coelho estava sentado na cozinha
com seus netinhos, tomando chá de folha de alface com lascas de cenouras
assadinhas. Aquela balbúrdia típica de coelhinhos felizes era ouvida ao longe.
Era o que se pode chamar de som da felicidade. Os pequenos haviam dormido lá
para poderem acordar bem cedinho e aproveitar o dia tão especial junto daqueles
seres tão especiais aos seus coraçõezinhos. Como era de praxe todos os anos, os
pequenos coelhos pediam que o avô contasse a história de como um simples
coelhinho tinha sido escolhido para ser o ajudante da Páscoa!
Vovô, depois que haviam finalizado o
desjejum, acomodou a todos na acolhedora sala de estar, sentou na estimada
cadeira de balanço e começou a contar aquela história que lhe era muito cara ao
coração.
“Há muito, muito, tempo… Mas muito
tempo mesmo, os coelhos eram animaizinhos que viviam em grandes fazendas.
Naquele tempo, muitas famílias ainda residiam no campo e todos os anos chegavam
mais e mais famílias para se juntarem aos seus parentes. Eram tempos em que
nosso país foi um grande anfitrião, recebendo amorosamente pessoas de vários
continentes. As pessoas vinham, construíam suas moradas , lavouras e recomeçam
suas vidas nestas terras tão acolhedoras e férteis. Mas nunca esqueceram suas
pátrias mães e de quando em quando, recordavam seu passado, comemorando datas
especiais pela “receita” cultural de seus locais de origem. Assim, conhecemos o
Papai Noel, as danças juninas e os ovos de Páscoa.
As galinhas se achavam muito importantes por participarem daquela festa que
celebrava a vida e o renascimento do Salvador!
Organizavam-se em equipes para dar conta das “encomendas”.
·
Umas botavam os ovos, outras os
lavavam, outras pintavam e por fim, aquelas responsáveis pela logística,
entregavam-os.
O fato é que, com o passar dos anos, as famílias foram aumentando… E, para o
desespero da galinha chefe, naquele ano, a produção não seria suficiente. Ela
reuniu o conselho das anciãs e deliberaram que deveriam priorizar o que sabiam
fazer de melhor: botar os ovos. E os serviços de lavagem, pintura e entrega
poderiam ser terceirizados com os demais companheiros de fazenda.
Espalharam cartazes por toda propriedade e foram conversar com alguns animais
que entendiam ter um grande potencial para atividade de tamanha
responsabilidade. Falaram pessoalmente com o cavalo, a vaca, os patos e vários
animais da fazenda.
Ficaram contagiadas pela animação que perceberam, afinal, todos disseram sim!
Alguns já queriam começar, outros choraram
de emoção e outros ainda, perguntaram se além das tarefas mencionadas, poderiam
colaborar em algo mais. Ficaram encantadas
com a disposição dos coelhos. Tão pequenos e já querendo ajudar… Não “botaram”
muita fé naqueles orelhudos, mas, mesmo
assim, mantiveram o convite.
A galinha chefe sentiu até um arrepio de medo! Pela impressão que
tivera, haveria mais entregadores do que ovos a serem entregues… Mas, pensou,
são os riscos das mudanças de processos… Decidiu adaptar-se ao longo dessa nova
experiência. Marcou um treinamento com os interessados para o dia seguinte.
Compareceram apenas os coelhos. Ela estranhou muito, mas procedeu com os
ensinamentos. Depois, de posse da lista de comparecimento, foi atrás dos
ausentes.
Quanta decepção!
O cavalo disse que tinha interesse em participar, mas que não podia assumir
compromissos porque nunca sabia quando estaria ou não no pasto. A vaca se
desculpou, mas disse sentir muita dor nas tetas e que deixaria para outra
oportunidade. Os patos informaram que haviam esquecido, mas que colaborariam,
sim!
E assim, um por um, todos foram justificando suas ausências.
A galinha chefe pensou: estes animais sofrem de MPPA – muito papo e
pouca ação.
Novo treinamento se fez e, novamente, apenas os coelhos compareceram. Ela,
resignada, ensinou-os tudo o que podia. Até que no domingo de Páscoa, os
céleres e desbravadores coelhos – agora promovidos ao status de Coelhos de
Páscoa – iniciariam suas novas atividades profissionais.
A primeira Páscoa foi um sucesso! As decorações dos ovos estavam lindas
porque foram aperfeiçoadas pelas delicadas mãos das coelhinhas. As crianças
foram atendidas em tempo recorde, e antes do amanhecer todos os ovos haviam
sido entregues em todas as casas.”
Mesmo já conhecendo a história de trás para frente, os coelhinhos
vibraram com o final feliz! Era uma história linda de uma parceria que já se
mantinha há anos!
Vovô Coelho concluiu os ensinamentos daquela manhã: “meus amadinhos, o
que aprendemos com isso? Que quem quer, faz, não fica só de papo e promessas
vazias! Se somos esse time vencedor, é porque os coelhos adotam a metodologia
P+A! Papo mais ação! Cumprimos nossa palavra e nos empenhamos, dando o melhor
de nós em cada Páscoa!”.
Os coelhinhos abraçaram o amado vovô e, depois, foram curtir seus ovinhos,
cheios de alegria e animação.
https://www.clubedaalice.com.br/a-verdadeira-historia-do-coelhinho-da-pascoa/#:~:text=Era%20manh%C3%A3%20de%20domingo%20de,chamar%20de%20som%20da%20felicidade.
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