Era uma vez
uma galinha Garnizé muito bonitinha e charmosa que vivia em uma casinha bem no
meio da floresta. Ela morava sozinha e por isso aprendera, desde muito cedo, a
defender-se dos perigos, considerando que na floresta moram muitos animais que
dariam tudo para comer uma deliciosa galinha Garnizé no jantar. Mas, a galinha Garnizé
não tinha medo e levava sua vida como se vivesse longe dos perigos. Contudo,
ela evitava o máximo sair de sua casa, saindo só em casos de extrema
necessidade para evitar encontros indesejáveis com alguma raposa faminta.
Na casinha
da Garnizé tinha tudo que ela precisava. Um fogão à lenha que ela mesma fizera
para cozinhar as espigas de milho que adorava. Uma mesa para fazer as
suas refeições e uma gostosa caminha de palha que ela arrumara em um cantinho
bem aconchegante, no fundo da casinha.
Acontece,
porém, que um dia, precisando de mais lenha para fazer a sua comidinha,
resolveu sair em busca de alguns gravetos para fazer um belo fogo em seu fogão
para cozinhar as espigas de milho que colhera e estavam guardadas em sua casa.
Antes de
sair, pegou uma faca para cortar os gravetos e uma pequena cesta para
colocá-los. Abriu a porta bem devagar e olhou em volta para ver se o caminho
estava livre, ou seja, se não havia nenhuma raposa esperta por perto.
A Garnizé
precisava caminhar até chegar perto do riacho, pois, era lá que ela ia
encontrar os gravetos que precisava. Observou atentamente em volta da sua casa
e vendo que não havia nenhum perigo, saiu rapidamente para chegar ao riacho.
Quando lá
chegou, pegou a sua faquinha e começou logo a cortar os gravetos
guardando-os na cesta. Quando estava com a cesta quase cheia ouviu um
barulho que vinha de trás de uns arbustos. Ficou atenta para ver se conseguia
ver alguma coisa.
Como não viu
nada, continuou a cortar os gravetos rapidamente para terminar logo com a
tarefa de encher a cesta. Mas, não conseguiu seu intento. De trás dos arbustos,
uma astuta e esperta raposa deu um salto querendo agarrar a pobrezinha, que
deixou cair sua cesta com o susto que levou.
A galinha saiu em disparada correndo para sua casinha, e sem tempo de abrir a porta para entrar em casa, voou para cima do telhado, para que a raposa não conseguisse pegá-la. A raposa, esperta como era, começou a andar em volta da casa, esperando que a pobre galinha o acompanhasse e assim ficasse tonta, vindo a cair ao chão.
A Garnizé,
não sabendo das intenções da raposa, fez exatamente o que queria, a
danada. A raposa andava no chão em volta
da casa e a galinha andava no telhado observando para onde ia a raposa. Rodou a
raposa....rodou a galinha... Rodaram...rodaram... Até que a galinha ficou
tontinha....tontinha....caindo ao chão.
A raposa agarrou a coitada da Garnizé
enfiando-a dentro de um saco e pôs-se a caminho de sua casa.
A pobre Garnizé
pediu, implorou, para que a raposa a deixasse ir embora, mas, a raposa só
respondia que ela seria um belo jantar para sua família. Como a raposa morava
bem no fundo da floresta, tinha um longo caminho pela frente.
A galinha
dentro do saco remexia-se de um lado para outro procurando um meio de fugir.
Mas, a raposa havia amarrado a boca do
saco de tal jeito que ela mal conseguia respirar dentro dele. De tanto se
remexer para lá e para cá, a faquinha que levara para cortar os gravetos, caiu
de debaixo de sua asa. Com o susto que
levara, quando a raposa saltou-lhe em cima, deixara cair a cesta, mas,
conseguira segurar a sua faquinha.
Então, mais
que depressa deu um jeito de cortar o saco, fazendo um buraco, e pulando bem
depressa para fora dele. Quando pulou para o chão agarrou uma pedra jogando-a
dentro do saco para que a raposa pensasse que ainda carregava o seu jantar, ou
seja, que ela, a galinha Garnizé, continuava dentro do saco.
Sem desconfiar
de nada, a raposa seguia seu caminho para casa cantando alegremente:
Para casa eu vou
Com um belo jantar
Que esperto eu sou
Prá família alimentar
Assim
cantando, a raposa foi-se aproximando de sua casa. De longe, a galinha Garnizé
ouviu um chamado assim:
- E aí
raposinhas, a água já está quente? Estou chegando com o jantar.
As
raposinhas responderam:
- Pode
trazer a galinha, que a água do caldeirão já está pelando de tão quente!
A galinha Garnizé
não quis ouvir mais nada. Deu um jeito de correr o mais que pode, para chegar
rapidamente à sua casa.
Quanto a
raposa e as raposinhas... Bem, alguns dizem que viram umas raposas meio
peladas, ou seja, sem pelo nenhum andando pela floresta. Pode ser que a
história tenha terminado assim... Quando a raposa chegou em casa, acreditando
que a galinha Garnizé ainda estava no saco, jogou a pedra dentro do caldeirão o
que fez com que a água entornasse em cima dela e das raposinhas arrancando todo
o seu pelo, ou então, quem sabe, a raposa pode ter visto que a galinha fugiu e acabou
virando vegetariana junto com seus filhotinhos.
Enfim, o que
sei, é que a galinha Garnizé resolveu comprar um fogão a gás e não precisa de
mais gravetos para fazer sua comidinha.
Autor desconhecido
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