Um rapazinho
olhou para o letreiro da loja onde estava escrito: “Vendem-se cachorrinhos.”
— Por quanto vai vender os
cachorrinhos? — perguntou.
— Entre trinta e cinquenta reais —
respondeu o dono da loja.
— Tenho dois reais— disse o
rapazinho. — Posso vê-los?
O dono da loja
sorriu e assobiou, e do canil saíram cinco bolinhas de pelo. Um dos
cachorrinhos ia ficando bastante para trás. O rapazinho viu imediatamente o
cachorrinho atrasado que mancava, e disse:
— O que é que tem aquele cãozinho?
O dono da loja explicou que ele não
tinha o encaixe da anca e que seria sempre manco. O rapazinho ficou
entusiasmado:
— É esse cãozinho que eu quero
comprar.
O dono da loja comentou:
— O cão não está à venda. Se
quiseres, te dou.
O rapazinho ficou muito aborrecido.
Olhou bem nos olhos o dono da loja e disse:
— Não quero que me dê. Esse cãozinho
vale cada centavo, tal como os outros, e vou pagar o preço total. Vou dar-lhe
dois reais por mês até o ter pago.
O dono da loja
insistiu.
— Não podes querer comprar este
cãozinho. Nunca vai conseguir correr e saltar contigo como os outros cães.
A isso, o rapaz respondeu, baixando-se
e levantando a perna da calça. Mostrou em seguida a perna esquerda muito torta
e defeituosa, presa por um grande aro de metal. Olhou para o dono da loja e
respondeu suavemente:
— Eu também não corro lá muito bem,
e o cachorrinho vai precisar de alguém que o compreenda!
Adaptado de (https://lerpensar.wordpress.com/2008/04/25/cachorrinhos-para-)venda/)
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