O Ouro Enterrado






Zélia teve um sonho maravilhoso. Ela sonhou que seu padrinho Zelão tinha encontrado muito ouro e que tinha enterrado esse ouro perto da gruta. Mas ele tinha morrido antes de poder usufruir a riqueza. No sonho, ele oferecia o ouro para Zéli e dizia:
— Esse ouro me tirou o sossego, não tenho mais paz.
Quero que o ouro seja seu. Você vai encontrá-lo perto da gruta, embaixo de um ipê amarelo. É só cavar que você vai encontrar o ouro. Que esse tesouro lhe traga alegria e felicidade.
Zélia contou o sonho para seu marido, Antônio:
— Antônio, eu tive um sonho com meu padrinho Zelão, que já morreu. No sonho ele me dizia que o ouro enterrado perto da gruta, embaixo de um ipê amarelo, é todo meu. Vamos lá buscar.
Antônio, desconfiado, disse:
— Isso é só um sonho. Não tem ouro nenhum enterrado.
— Tem sim, eu tenho certeza. Vamos lá ver.
Os dois foram para perto da gruta e começaram a cavar embaixo do ipê amarelo. Mas, nesse momento, formou se subitamente uma tempestade, com raios e trovões, e a chuva só caía onde eles estavam, mas eles continuaram a cavar até que a Zélia começou a passar mal e falar com uma voz diferente. Os dois voltaram para casa assustados.
No dia seguinte voltaram para tentar novamente. Mas uma ventania surgiu do nada e quase arranca as árvores.
Eles ficaram com os olhos cheios de terra e não puderam continuar cavando. Voltaram para casa, outra vez. Encontraram a casa sem cobertura pela ventania. No outro dia, tentaram mais uma vez, continuaram cavando no lugar onde o ouro tinha sido enterrado.
Dessa vez, foi Antônio que entrevou as costas com um mau jeito com a enxada. Tiveram que voltar para casa sem ter encontrado o ouro.
Zélia começou a desconfiar que o ouro era amaldiçoado, mas não queria desistir e chamou seu irmão Tomé que ficou animadíssimo com a possibilidade de ficar rico.
Bem disposto, seguiu Zélia até o local e começou a cavar.
Mas, quando estavam perto de encontrar o ouro,
Tomé começou a sentir calafrios e Zélia também se sentiu mal e desmaiou.
Tomé teve de carregar Zélia até em casa. Quando voltou a si, ela disse:
- Não adianta, esse ouro tem uma maldição.
Vamos deixar ele lá onde está, antes que aconteça o pior com algum de nós. O Antônio já está entrevado, eu quase morri. Vamos deixar essa ambição para lá e vamos viver pobres, mas em paz. Tomé se lembrou dos calafrios e teve medo de voltar sozinho para procurar o ouro novamente.
Assim, eles esqueceram o ouro e a vida voltou ao normal.

Narradora: Nailde
Comunidade: Pombal, GO
Ano: Junho/2005
Pesquisadora: Josiane Mota

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