O primeiro a querer atravessar a ponte foi o Cabrito Cabrão mais novo. Plaquete-plaque! Plaquete-plaque! Ecoaram as suas patinhas sobre o madeirame.
— Quem é que ousa atravessar a minha ponte?! – Urrou o troll.
— É o Cabrito Cabrãozinho; estou indo para a montanha à procura de um bom pasto – disse o cabrito com voz fina.
— Pois estou indo aí pra te pegar! – Disse o troll.
— Não, não, por favor, não me mate, eu sou ainda muito pequeno; espere só mais um pouquinho e já já vai passar o Cabrito Cabrão, meu irmão do meio. Ele é bem maior do que eu.
— Está bem – resmungou o troll.
Daí a pouco, veio chegando o Cabrito Cabrão do meio, para atravessar a ponte. Plaquete-plaque! Plaquete-plaque! Ecoaram suas patas na madeira.
— Quem é que ousa atravessar a minha ponte!? Urrou o troll.
— É o Cabrito Cabrão; estou indo para a montanha à procura de um bom pasto – respondeu o segundo cabrito, com uma voz que não tinha nada de fino.
— Pois estou indo aí pra te pegar! – Disse o troll.
— Não, não, por favor, não me mate; espere só mais um pouquinho e já já vai passar o meu irmão mais velho, o Cabrito Cabrãozão. Ele é bem maior do que eu.
— Está bem! – resmungou o troll.
Daí a pouco, veio vindo o grande Cabrito Cabrãozão, para atravessar a ponte. Plaquete-plaque! Plaquete-plaque! Ecoaram suas patas, num passo tão forte que fazia o maderaime gemer.
— Quem é que ousa atravessar a minha ponte!? – urrou o troll.
— Sou eu, o Cabrito Cabrãozão – respondeu o cabrito, com voz forte e grave.
— Pois estou indo aí pra te pegar! – gritou o troll.
— Pois venha se quiser! Com esses dois cornos meus vou furar e vazar dois olhos teus!
— Com minha força eu te pego de jeito, pra esmagar teus braços e teu horrível peito! Disse o cabrito.
E partiu para cima do troll. Furou-lhe os olhos, esmagou-lhe os ossos, e numa forte chifrada, atirou-lhe na corredeira.
Então os três Cabritos Cabrões foram até a montanha, onde encontraram o pasto farto. Lá engordaram tanto que por pouco não aguentaram voltar para casa no outono. E, se não perderam a gordura, ainda estão roliços como então.
Askeladden & Outras Aventuras, Francis Henrik
Aubert (Ed. Edusp)
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