Dona Inha Maria é uma mulher muito
falante. Já tem lá seus 65 anos de idade, é muito ativa e está sempre fazendo
parte de qualquer atividade que passe pelo seu nariz, principalmente uma que
chegou há pouco em sua cidadezinha no interior de minas gerais, que é o clube
da terceira idade. Seu marido é o Tião. Sujeitinho calmo, pouco fala e é muito
sábio.
No final do ano de 2004, formaram uma
caravana da terceira idade e viajaram rumo a Águas Quentes. Iriam passar três
dias num grande hotel que a organizadora do evento contratou.
Pois bem! Chegaram lá às 8 horas da
manhã, foram direto pro restaurante que os aguardava com um grande café
matinal, aqueles que tem de tudo. Como o hotel estava cheio, com muitos
turistas, as mesas do restaurante estavam escassas e dona Inha Maria mais o
Tião se sentaram numa mesa juntamente com um casal de turistas americanos.
Quando Tião começou seu “Breakfast”,
o gringo olhou pra ele com aquela arrogância que já lhe é peculiar e, mascando
um “chiclets”, perguntou:
-
O que é este que estar a comer?
E Tião, com toda sua
simplicidade, respondeu:
-
Isto é geleia pra nóis passá no pão.
Ai o gringo falou:
-
Geleia, ah eu saber, pois lá nos estados unidos nós comemos pela manhã frutas
frescas, depois juntamos as cascas e restos e jogamos num “container” e
fabricamos estas tal de geleias que vão pra o brasil. Ah ah ah...
Novamente, o gringo pergunta:
-
O que ser este que está em sua mão?
E Tião, sempre calmo, responde:
-
Ah, dotô, isso aqui é um pãozinho de forma bão demais da conta.
Aí o gringo novamente falou,
sempre mascando um “chiclets”:
-
Lá, na minha terra, nos comemos Croissant, depois juntamos as migalhas, jogamos
tudo num “container”, fabricamos estes tais pão de forma e vendemos para o
Brasil.
Tião que, embora pareça mas não
é nada bobo, olhou pro tar americano e debuiô esta pergunta:
-
O que oceis fazem lá, nos estados unidos com as camisinhas usadas?
-
Oras, meu caro, nos jogamos fora, respondeu o gringo.
Aí, seu Tião arrematou:
-
Aqui, no brasil, nóis pega as camisinha usada, joga tudo num “container”,
fabricamos estes tais de chicletes e vendemos proceis americanos...
Contada
por Zé Paulo Medeiros.
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