O
Rei de Quase-Tudo tinha quase tudo. Tinha terras, exércitos e tinha muito ouro.
Mas
o rei não estava satisfeito com o quase tudo.
Ele
queria TUDO.
Queria
todas as terras, queria todos os exércitos, e todo o ouro que ainda houvesse.
Assim...
mandou os seus soldados à procura de TUDO.
E
mais terras foram conquistadas... Outros exércitos foram dominados...
Nos
seus cofres já não cabia tanto ouro. Mas o rei ainda não tinha TUDO.
Continuava
o Rei de Quase-Tudo.
Por
isso ele quis mais. Quis as flores, os frutos e os pássaros.
Quis
as estrelas e quis o Sol.
Flores,
frutos e pássaros lhe foram trazidos.
Estrelas
foram aprisionadas e o Sol perdeu a liberdade.
Mas
o rei ainda não tinha TUDO.
Porque
tendo as flores, não lhes podia prender a beleza e o perfume.
Tendo
os frutos, não lhes podia prender o sabor.
Tendo
os pássaros, não lhes podia prender o cantar.
Tendo
as estrelas, não lhes podia prender o brilho.
E
tendo o Sol, não lhe podia prender a luz.
O
Rei ainda era o Rei de Quase-Tudo. E ficou triste.
Na
sua tristeza saiu a caminhar pelos seus reinos.
Mas
os reinos eram agora muito feios.
As
flores e os frutos tinham sido colhidos.
A
noite não tinha estrelas e o dia não tinha Sol.
E
triste como ele, eram os seus súditos.
Então
o Rei de Quase-Tudo não quis mais nada.
Mandou
que devolvessem as flores aos campos e que entregassem as terras conquistadas.
Mandou
que plantassem árvores para que dessem frutos e que soltassem os pássaros.
Mandou
que distribuissem as estrelas pelo céu e que libertassem o Sol.
E
o Rei ficou feliz.
Na
sua imensa alegria sentiu a paz. E sentindo paz, o rei viu que não era mais o
Rei de Quase-Tudo.
Ele
agora tinha TUDO.
Eliardo França
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