Vejam só que gritaria vem
vindo lá do terreiro! Que estará acontecendo, com as aves do galinheiro.
Seu Peru todo orgulhoso,
passeia de cauda erguida ao lado de mestre galo, muito contente da vida.
Dona galinha D'angola
numa grande animação com as aves do galinheiro, ensaia sua canção.
- Qui qui ri qui qui qui
. . . ! Cisca pra lá cisca pra aqui!
-Piu piu piu piu piu piu
. . . Você sabe, você viu!
- Co coró co có . . . a
galinha carijó!
- Que queré qué qué . . .
qué qué . . . !
É o galinho garnizé!
- Tô fraco, tô fraco, tô
fraco, Tô fraco, tô fraco, tô fraco . . . !
Entretanto mais ao longe,
tristinha desanimada, olhem só a dona Galinha, chocando a sua ninhada!
- Ai, ai, ai . . . mas
que tristeza, estou presa nesse palheiro! Eu tanto queria ir a baile do
galinheiro.
- A festa vai ser tão
linda! Mas o que é que eu vou fazer, meus pintinhos preguiçosos demoram tanto a
nascer! No entanto tenho uma ideia, quem sabe aqui na floresta, alguém fique em
meu lugar, só enquanto eu vou a festa.
E assim dona Galinha
tranquilamente esperou, até que alguém, junto ao ninho alegre se aproximou:
- Vamos patinhos,
vamos ligeiro, dançar na festa do galinheiro.
- Vamos patinhos, vamos
ligeiro, dançar na festa do galinheiro.
- Bom dia dona Galinha!
Como vai sua ninhada!
- Muito bem, senhora
Pata, mas eu estou muito cansada. Vou lhe pedir um favor:
- Quer sentar-se no meu
ninho e chocar minha ninhada, enquanto eu saio um pouquinho?
- Chocar sua ninhada,
sentar-me nos seus ovinhos e enquanto eu estiver aí, quem cuida dos meus
patinhos!
E saiu toda zangada,
levando a sua ninhada!
E assim pouco depois:
- Vamos gansinhos, vamos
devagar, cabeças para baixo, rabinhos para o ar.
- Vamos gansinhos, vamos
devagar, cabeças para baixo, rabinhos para o ar.
- Bom dia dona Galinha,
como vai sua ninhada?
- Muito bem comadre
gansa. Mas eu estou muito cansada. Vou lhe pedir um favor:
- Quer sentar-se no meu
ninho e chocar minha ninhada, enquanto eu saio um pouquinho?
- Chocar a sua ninhada,
sentar-me nos seus ovinhos e enquanto eu estiver aí, quem cuida dos meus
gansinhos!
E saiu pelo caminho,
abanando o seu rabinho.
- Ai . . .ai . . . ai . .
. mas que tristeza, eu já não posso aguentar. Sabem que mais? Vou a festa. Eu
também quero brincar. Pego um punhado de palha, deixo o ninho bem coberto e vou
para o galinheiro pra ver o baile de perto.
E assim, mas que
tristeza. Vejam só meus amiguinhos, dona Galinha saiu, abandonando os ovinhos.
E dançou a noite inteira,
cantou, brincou a valer e só lembrou-se do ninho, quando viu amanhecer.
- Ó céus, como já é
tarde, vem chegando a madrugada, preciso voltar depressa, para chocar minha
ninhada.
E assim ela voltou
correndo, sem dar um pio. Mas quando chegou em casa, achou o ninho vazio. Só
havia sobre a palha, as cascas do seus ovinhos. Entretanto, onde estariam os
seus queridos pintinhos!
- Ai . . . .ai . . . ai .
. . . que fui fazer, porque eu deixei a ninhada!
Dizia dona Galinha,
chorando desesperada!
- Quem sabe aquela
malvada, a raposa da floresta, papou meus lindos pintinhos,enquanto eu estava
na festa.
Já estava desanimando,
tinha o coração partido, quando ouviu sair do ninho, um piado conhecido.
- Será que estarei
sonhando? Preciso encontrar ligeiro! Há qualquer coisa mexendo lá no fundo do
palheiro!
- Ó senhor, que
maravilha, será?
- Sim são eles, que
alegria, são eles que estão aqui!
- Um, dois, tres, quatro,
cinco, seis, sete, oito, nove, dez pintinhos, estavam todos lá no fundo, do
palheiro escondidinhos.
- E feliz, dona Galinha
disse, cheia de carinho:
- Nunca mais em minha
vida, abandonarei o ninho!
- Durmam crianças, que
mamãe já está em casa!
- Escondam-se quietinhos,
embaixo da minha asa!
- Durmam tranquilos o seu
soninho que mamãe nunca mais abandonará o ninho.
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