Clarice Villac
Num dia lindo, Sacisperto e Sacimeiga saem para passear.
No caminho para o ribeirão, encontram Saulo, o Sapo, muito triste.
Saulo explica por que:
– Pessoas da cidade grande fizeram piquenique às margens do rio, deixaram lixo jogado no chão, no rio, etc.
Sacisperto e Sacimeiga se espantam, e escutam atentamente, com olhos cada vez mais arregalados, o relato...
– Embalagens caíram no rio, sapinhos-girinos ficaram doentes com resíduos de produtos químicos... peixes adoeceram ao comerem alimentos estragados...
Saulo continuava, cada vez mais triste e agitado:
– Sapinhos-girinos ficaram presos em sacos plásticos que enroscaram nas plantas, galhos e raízes ! Copinhos plásticos entalaram tampando tocas de lazer debaixo d’água !...
Sacisperto e Sacimeiga ficam aflitos e preocupados.
Decidem ajudar a população de sapos.
Chamam a sacizada com assobios do Sacisperto, e quando todos chegam, explicam a situação. Todos se dispõe a ajudar, e vão logo dando sugestões e dividindo as tarefas.
Há várias gerações que os sacis vêm se aperfeiçoando na arte de confeccionar peneiras de taquara, que aprenderam observando os antigos caboclos e caiçaras.
Assim, fazem peneiras de taquara e algumas eles amarram em caules longos de bambu que encontram pelo chão.
Então vão peneirar o rio e catar os resíduos nas margens.
Todos ajudam, e depois de muito trabalho, conseguem resgatar todos os girinos e retirar o lixo que os estava prendendo e envenenando o ribeirão.
Reunidos ali nas margens do riozinho, vendo os sapos contentes coaxando e brincando com seus girinos no rio limpinho novamente, os sacis conversam sobre o acontecido, e Sacimeiga fala:
– Bem, está tudo em ordem agora, mas, e se vierem outras pessoas (ou as mesmas) e repetirem a sujeira, sem nem imaginar todo o transtorno que causaram, e o trabalhão que deu pra limpar tudo, recuperar os bichinhos...
– Ah, e se nós deixássemos avisos explicando, mostrando e pedindo a colaboração ?
– Podemos escrever mensagens juntando essas pedras que estão por aqui e pelo caminho ! – sugere um sacizinho que gostava muito de ler histórias.
– Boa ideia, adoramos brincar de formar palavras ! – concordam saltitantes os outros sacizinhos, que já começam a juntar as pedrinhas e arrumá-las em forma de avisos.
– Vamos conversar com as crianças nossas amigas, assim elas podem explicar para seus pais e amigos, todos vão entender a necessidade de recolherem e levar embora o lixo, as embalagens, os restos dos alimentos e tudo que costumam trazer aqui pro mato, pra perto do rio ! – diz Sacisperto, entusiasmado.
Sem esperar mais nada, Sacisperto e Sacimeiga vão indo pelo caminho que leva ao povoado e conversando sobre isso, lá longe as crianças estão brincando de bolinha de gude, e acenam para eles.
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