Era uma vez sete cabritinhos irrequietos que viviam com a mãe numa casa à beira da floresta. O pai
trabalhava longe e só vinha a casa aos
fins de semana, por isso a mãe não tinha uma vida propriamente fácil...
É que ter sete filhos e, ainda por cima, todos rapazes, daqueles reguilas
que passam o dia a arranjar problemas, não é um mar de rosas: oito pessoas a
comer todos os dias, roupa lavada para oito cabritos, já estão a ver a
azáfama... Todos os dias se enchiam naquela casa mais de cinco caixotes do lixo:
eram pacotes de leite, caixas de cereais, embalagens de detergentes, garrafas
de vidro, latas de atum... Tudo à mistura com restos de comida, porque ali não
havia tempo para grandes nem pequenas reciclagens.
Muitas vezes, a mãe cabritinha pedia ajuda aos filhos, mas estes conseguiam ser umas verdadeiras pestes,
sempre colados ao sofá a ver os desenhos animados:
- Já viram como este caixote do lixo está a deitar por fora?
- queixava-se ela.- Eu tenho um desgosto... Em todas as casas já se separam embalagens, menos na nossa. Como
é que é possível?
O vizinho de cima, um lobo muito pacato que não fazia mal a uma mosca,
ouvia muitas vezes os gritos zangados da mãe cabritinha, e começou a pensar no
que havia de fazer para ajudar aquela família a tornar-se mais organizada e
amiga do ambiente.
Um dia, enquanto a mãe foi ao hipermercado, o Sr. Lobo saiu do seu
apartamento e decidiu ter uma conversa séria com os sete cabritinhos:
- Dlim, dlom! - tocou a campainha.
- Quem é? - perguntaram o cabritinhos.
- Sou eu, o vosso vizinho lobo. Preciso de falar convosco.
Os cabritinhos conheciam perfeitamente o vizinho, sabiam que era muito
boa pessoa e que não lhes queria fazer mal nenhum.
Mas estavam, mais uma vez, com vontade de arranjar sarilhos e resolveram
não lhe abrir a porta.
- Que miúdos mais insolentes e malcriados. Estão mesmo a pedi-las!!!
Hão-de aprender a ser amigos do ambiente, nem que para isso tenha que lhes
gritar aos ouvidos.
Então, enfureceu-se e começou a bombardear a casa com mensagens.
Colou cartazes em todas as janelas, a dizer:
QUEM NÃO ABRE A PORTA À RECICLAGEM, ESTÁ EM GRANDE DESVANTAGEM! Ou OS
SETE CABRITINHOS VIVEM NO SÉCULO PASSADO, NÃO SABEM O QUE SIGNIFICA A PALAVRA “RECICLADO”!
Mandou sete e-mails, um para cada cabritinho, a dizer:
O PAPEL, O PLÁSTICO, O VIDRO E O METAL JÁ SE RECICLAM EM PORTUGAL!
Mandou sete mensagens SMS, via telemóvel, a dizer: KEM N
RECIKLA, MAIS BURRO FIKA!
Apareceu na televisão num anúncio de cinco segundos, a dizer:
OS PACOTES DE LEITE E DE SUMO MERECEM UM MELHOR RUMO!
E, depois de tudo isto, os sete cabritinhos começaram a ficar realmente
envergonhados...
Tocaram à campainha do lobo e pediram-lhe, se faz favor, com voz mansinha:
- Importa-se de nos explicar como é que faz para separar as embalagens?
O lobo respondeu:
- Ora essa, claro que não! – E inventou uma lengalenga para cada irmão
sobre os pacotes do leite e do sumo:
ESCORRER E DESPEJAR...
ESPALMAR BEM...
PARA POUPAR ESPAÇO...
ISSO ATÉ EU FAÇO!
http://www.resiestrela.pt/comunicacao-e-sensibilizacao/area-escola/historias-sobre-reciclagem/
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