O Sumiço das Botas










Noel, já atrasado para fazer as entregas dos presentes para as crianças, ficou a procurar suas botas, que não encontrava em nenhum lugar, chamou todas as renas e duendes para lhe ajudarem, não podia perder mais tempo, já estava na hora.

 Todos começaram a busca pelas botinas do Noel, mas... Nada! Noel, já impaciente, olhando pela casa, percebeu que a rena Hany não estava procurando, ela estava escondida atrás da árvore de Natal, tinha seus olhos vermelhos, Noel se aproximou perguntando a ela o que tinha acontecido e ela lhe respondeu :
-  Papai Noel, me desculpa, mas na hora de selecionar os pedidos, para colocar na frente os mais urgentes, li uma cartinha de um menino de sete anos Joly, ele dizia assim... “Querido Papai Noel, neste natal eu gostaria de pedir para o senhor um par de botas para meu pai trabalhar, pois nós não temos dinheiro para comprar, ele trabalha em um campo de lixão, catando material reciclado para vender, e é com esta renda que ele sustenta nossa família, que sou eu e mais três irmãos menores. Como ele vai com sacolas em seus pés, muitas das vezes elas rasgam, e já aconteceu de meu pai se cortar em vidros  e ferro enferrujado, ficando doente por dias sem poder trabalhar, não é qualquer botas que eu te peço Papai Noel, tem que ser uma igual a do senhor, pois já usa ela há anos, e estão sempre novas, o senhor consegue atender meu pedido?”
 Hany, depois de ler toda a carta, disse:

- Como eu não atenderia este pedido Noel?
Papai Noel, já nem sabia o que fazer se ficava alegre, bravo ou se pensava onde arranjar outras botas? As suas tinham sido feitas para ele por encomenda, de um material eterno, e agora? Como vou fazer?Perguntou a Hany o endereço do pai de Joly, onde ela informou o local, fazendo Noel sair descalço mesmo para o lixão atrás de suas botinas.
Chegando lá, reconheceu-as de longe, se aproximou do pai do menino, contando a ele tudo o que tinha acontecido, e informando que precisava que ele as devolvesse, pois, não conseguiria outras botas tão rápido, contou que elas eram  de um material eterno, que nunca se desgastavam, mas que ele poderia dar outras botas para João, pai de Joly, que disse:
- Nem pensar, estas aqui são especiais, meu filho enviou para o senhor seu pedido de Natal faz muito tempo, lhe contando nossa situação, preciso delas para trabalhar, pois sei que vão durar muito tempo, e não posso comprar outras, e tem mais, se  meu filho  souber que eu dei o presente que ele pediu para mim, ficará muito triste comigo.
Noel coçou a barba, pensativo... O que faço agora?
 João lhe disse:
- Se o senhor não se incomodar, posso lhe dar estas que encontrei há pouco, já estão gastas, mas acredito que servirá, e o senhor precisa fazer as entregas, as crianças não podem ficar sem seus presentes, só por que senhor está sem suas botas especiais, tome... Use estas mesmas.
Papai Noel, ficou emocionado com o gesto deste homem, que se preocupava com os outros, e com ele também, pois deu o material que seria para suas vendas.

 Vivendo e aprendendo, pensou o bom velhinho, calçou as surradas botas e seguiu adiante pelo céu para fazer a alegria de milhares de criancinhas, gritando seu costumeiro HO! HO! HO... FELIZ NATAL.


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