As crianças todas riram, mas a bruxinha Dadinha não gostou, ficou
tristinha, quase chorou, pois tentava ser igual a mãe dela, Giselda, que cozinhava pratos maravilhosos da culinária mágica das bruxas, receitas que ela aprendera com sua mãe, que aprendeu com sua avó… Mas tudo bem, era festa. As crianças voltaram para a casa da montanha. Era um corre, corre, um zumzumzum, tinha até banda de música fazendo o maior ziriguidum.
O almoço foi servido numa grande mesa, no jardim. Era um verdadeiro banquete. Fazia um dia maravilhoso, o sol estava dourado como um pingo de ouro, e o céu tão azul…O prato principal era arroz com ervas perfumadas e frango, regado com nectar das flores, pra acompanhar farofa de pó de estrela, que Giselda pegou do céu na noite anterior quando passeava em sua vassoura.
Os convidados comeram que se lambuzaram, tudo tinha gosto de quero mais. Todos agradeceram ao deus e à deusa pelo dia maravilhoso, ensolarado, pelo alimento, e pela confraternização entre os amigos. E quando todos iam se levantar da mesa: “Hei, gente, tem a sobremesa” – gritou Dadinha – “foi eu quem fiz, e sozinha!” Todos se entreolharam, já sabiam da fama da bruxinha. Ela tinha até boa vontade, mas não tinha mão para a cozinha, pois cozinha de bruxa tem que ter concentração, mentalizar as palavras certas, medir bem os ingredientes, ter muita, mas muita paciência. E Dadinha era uma pimenta, estabanada e maluquinha, Apesar de encantadora. Mas todos tiveram uma grande surpresa.
A menina trouxe o grande prato de pudim de nuvem, todos ficaram com Água na boca só de olhar. “Que bela aparência!”, “Deve estar gostoso!”, Foram os comentários, a bruxinha orgulhosa, deu a primeira fatia para a Mãe que provou e aprovou, todos comiam e davam os parabéns para a menina, e o pudim estava tão gostoso que eles se esqueceram que quando se come essa sobremesa feita com nuvens do céu tem que se falar as palavra mágicas que são: “Doce como o mel, que coisa louca, que não se faça chuva no céu da boca”.
Quando um dos convidados lembrou da simpatia, já era tarde demais e por causa disso, de repente, o céu fechou, e uma grande nuvem negra se formou, uma tempestade pegou todos de surpresa. Eles ficaram todos molhados. E quem pensou que a chuva acabou com a festa, se enganou! A banda continuou a tocar, e todos dançaram formando uma grande ciranda. Deste dia em diante a bruxinha não errou mais nas receitas, só fez comidinhas mágicas bem gostosas e ganhou o título de mestra cuca mirim da cozinha da bruxa, não tinha festa que ela não era convidada pra levar os seus quitutes, não teve um só canto daquele mundo encantado que não passasse a conhecer a fama da cozinha da bruxinha.
(Autora: Anne Glauce Freire)
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