Em nosso bairro há uma imensa e velha casa
abandonada onde não mora ninguém há muitos e muitos anos. Cada pessoa acredita
que na realidade ali mora um monstro, que cada um imagina de maneira diferente.
O filho do padeiro afirma que se trata de
um ser com pele de casca de pão, pernas de bengala, nariz de pão de queijo,
olhos de suspiro e corninhos na cabeça.Não tem sangue nas veias e sim farinha
de rosca.
O filho do carpinteiro o imagina com patas
de mesa, pele de lixa, dentes de serrote e cabeça de madeira.Em vez de lavar a
cara, todas as ele se aplica uma camada de verniz com um grande pincel.
Para o filho do eletricista, na casa
abandonada mora um monstro com cinco olhinhos de transistores, que no lugar da
boca tem um dial de rádio e, em vez de cabelo, fios descobertos na
cabeça.Enquanto dorme recarrega suas baterias pondo os dedos na tomada e, para
escutar o que lhe dizem deve ajustar corretamente suas antenas.
Certa vez resolvemos investigar a casa.
Para que nenhum de nós corresse risco, fizemos o poodle da dona Sabrina - quem
mais fica zangada quando brincamos de jogar barro em sua calçada - atravessar
um pequeno buraco que havia na porta da rua.
Esperamos um momento perto da porta da
casa.Finalmente, quando já começávamos a ficar impacientes, escutamos uns
ruídos e, uns matinhos perto do buraco da porta se mexeram.
Agachamo-nos
para ver melhor e vimos: um sapo!
-O monstro transformou o cachorro em sapo!-
alguém gritou.
Mas a verdadeira surpresa tivemos depois:
do buraco da porta saiu um cachorro idêntico ao da dona Sabrina.O monstro
pretendia nos confundir!
Desse dia em diante cuidamos do
cachorro transformado
em
sapo - e até compramos uma coleirinha para ele brincar como quando era
cachorro.
A dona Sabrina, por sua vez, nunca ficou
sabendo que o cachorro que tem agora não é o verdadeiro.
Sim, claro, ela bem que mereceu isso!
Autor desconhecido
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