Na floresta, todos os filhotes
de animais iam à escola. Só um ficava em casa, o coelhinho Juquinha.
- Aprender a ler? Para que? Eu
não preciso disso, posso muito bem encontrar cenouras sem saber ler. Eu vou é
me divertir!
Todos os animaizinhos tinham ido
à escola, Juquinha resolveu distrair-se e pensou:
- Vou à casa do tio Coelho ouvir
histórias.
Juquinha chegou à casa do tio
Coelho, bateu... Chamou... Chamou, ninguém respondeu. Tio Coelho tinha deixado
um aviso na porta, mas Juquinha não sabia ler e pensou:
- Com certeza tio Coelho foi
fazer alguma visita. Vou embora.
Aborrecido por não ter
encontrado o tio em casa, e cansado de tanto andar, Juquinha com surpresa
avista o tio.
- Estou vindo de sua casa, tio
Coelho. Que pena o senhor ter ido fazer visita justamente hoje.
- Fazer visitas? Você não leu o
aviso que coloquei na porta?
Juquinha ficou muito desapontado
e não respondeu. Tio Coelho se lembrou de que ele não sabia ler e explicou:
- Pois o aviso dizia: volto já,
sente-se e espere um pouco.
- Ah! Então é isso que os avisos
dizem. Pois já sei, agora aprendi.
No dia seguinte Juquinha foi à
casa do senhor João de Barro conversar um pouco. Seu João de Barro não estava.
Mas, bem embaixo de sua casa, havia uma cadeira com um aviso.
- Agora, já sei ler avisos.
Senhor João de Barro volta já, vou sentar e esperar um pouco. Que horror!
Sujei-me todo de tinta, por que não me avisaram?
Um pássaro mensageiro que
passava disse:
- Que é isto, Juquinha? Você não
viu o aviso sobre a cadeira? Ah! Você não sabe ler, não é? Este papel na
cadeira diz: tinta fresca.
- Como eu me enganei, mas agora
eu não me engano mais. Já sei tudo sobre avisos.
Juquinha foi embora. Quando ele
chegou em sua casa, viu a caixa do correio aberta. Dentro dela havia um papel.
- Já sei, não devo chegar perto
da caixa, ela foi pintada de novo, aquele papel diz: tinta fresca. Vou passar
bem longe.
No dia seguinte, Juquinha notou
um movimento diferente. Parecia que estava acontecendo alguma coisa fora do
comum. Havia muitos animaizinhos passando na rua. Eles não tinham ido à escola,
carregavam doces, balas, bombons e salgados. Juquinha resolveu ir ver aonde
eles iam e começou a acompanhá-los às escondidas. Os animais estavam parando no
meio da floresta. Debaixo de uma árvore, colocavam os doces, salgados e
bebidas.
- Um piquenique! E não me
convidaram!
A coelhinha sua amiga viu
Juquinha chorando e lhe perguntou:
- Por que você está chorando,
Juquinha?
- Eu não fui convidado para o
piquenique, ninguém se lembrou de mim.
- Lembraram sim, Juquinha. Eu vi
o carteiro colocando o convite na caixa do correio de sua casa.
- Então aquilo era um convite?
Pensei que fosse um aviso sobre tinta fresca.
- Ora Juquinha, que vergonha!
Você precisa aprender a ler.
- Então eu fui convidado para o
piquenique, que bom! Pensei que eles tinham se esquecido de mim, eu preciso
aprender a ler, preciso aprender a ler. Amanhã mesmo eu vou começar. Serei o
primeiro a chegar à escola.
Desconheço o autor
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