Dois amigos e a Liberdade
Zezinho achou um
passarinho com uma asa quebrada. Ele parecia estar chorando de dor e tremia
inteirinho. Devagar,com muito cuidado, Zezinho foi tratar da asa do passarinho.
Passou remédio, enfaixou a asa e deu
comida para ele. E todos os dias ia lá no cantinho do quintal para ver como estava
seu mais novo companheiro.
O tempo foi passando e o
passarinho, melhorando. Zezinho botou-lhe o nome de Leco e vivia conversando
com ele. Chegava da escola e logo corria para contar-lhes as novidades do dia.
Fazia os deveres direitinho. Contava para Leco as dificuldades da Matemática,
as poesias bonitas que a professora de Português mandava recitar em voz alta e
as novidades das Ciências.
O bichinho ouvia tudo com
os olhos bem abertos. De vez em quando até piava, o que significava para
Zezinho que Leco estava opinando sobre alguma coisa.
O menino percebia que
agora o passarinho não tinha mais cara de choro. Estava ficando bom, mas não
tinha vontade de sair dali. Os dois se entendiam tão bem que Leco chegou
apensar que Zezinho fosse um pássaro maior. Nunca tinha visto um menino que não
quisesse acertà-lo com um estilingue ou prendê-lo numa gaiola.
Zezinho não via a hora de
chegar em casa para poder ficar com
Leco, conversando, brincando, vendo_o voar. Sentia-se tão bem em sua companhia
que era como se ele fosse um irmão muito
querido.
Quando Leco ficou forte,
voando bem alto, convidou o garoto para voar com ele. Ir para bem longe,
conhecer outras terras . Mas Zezinho não tinha asas e, além disso, havia sua
família, seus outros colegas, a escola, as peladas de futebol.
O passarinho não podia
ficar? __Quis saber o menino. Não. Ser pássaro só tinha graça se vivesse voando
por aí.
Os dois se separaram
então.Mas a amizade não acabou.Zezinho passou a amar todos os pássaros, e Leco,
todos os meninos. Eles espalharam essa história pelo mundo e houve muita gente
que começou a ver meninos cantando como pássaros e pássaros conversando como
meninos.
Januária Cristina Alves
Nenhum comentário:
Postar um comentário