Queridos amigos, há muito tempo vocês ouvem falar
da história de Chapeuzinho Vermelho. Pois bem, aqui quem vos fala é a vovó.
Cansei de escutar conversinhas, coisas que inventaram a meu respeito, a
respeito do lobo e de Chapeuzinho Vermelho, por isso, resolvi contar-lhes toda
a verdade.
Bom, o lobo cuidava muito bem da floresta e tentava
mantê-la sempre limpa, mas tão limpa, a ponto de não querer que ninguém
passasse por lá.
A minha netinha a Chapeuzinho Vermelho era uma
criança muito mal-criada, e sempre que vinha para minha casa, não seguia as
recomendações de sua mãe, que pedia pra ela não vir pela estrada da floresta,
mas sim pela estrada do rio.
Chapeuzinho Vermelho nem ligava para os conselhos
da mãe, teimava e vinha, dizia não ter medo do Lobo.
Em certo dia, ele estava lá, tranqüilo, quando ela
passa cantarolando. O Lobo, que não gostava de ver pessoas transitando por lá,
chamou-a:
− Hei! O que queres aqui? − perguntou o lobo.
− Vou para a casa da minha avó, seu lobo bobão!
− Olha o respeito menina! Tu bem sabes que não
quero ninguém em minha floresta, por que não foste pela estrada do rio?
− Porque quis vir por aqui, e quer saber? Saia da
minha frente. E saiba que só não lhe dou com esta cesta na cabeça porque estou
levando doces para a vovozinha − finalizou Chapeuzinho toda espevitada.
Chapeuzinho saiu cantando para debochar do lobo.
Ele, já bastante irritado, resolveu dar uma lição naquela menina mal-criada,
pegou um atalho, e veio até minha casa.
Chegando aqui, conversamos sobre Chapeuzinho
Vermelho e concordei em dar-lhe uma lição.
Fiquei escondida debaixo da cama enquanto o lobo
vestiu meu vestido e se deitou.
Minutos depois, escutamos batidas na porta. Não
batidas delicadas, batidas de menina encrenqueira. Era Chapeuzinho:
− Toc, toc, toc, abre logo essa porta, coroa! −
disse Chapeuzinho, com seu linguajar moderno.
− Entre minha netinha, é só empurrar! − disse o
Lobo disfarçando a voz.
Ela entrou, jogou a cesta em cima da mesa e
jogou-se na cama, resmungando:
− Credo Vovó! Não sei como a senhora agüenta morar
dentro do mato! È tudo tão longe...
O lobo rosnou de raiva, e Chapeuzinho notou algo
diferente:
− O que foi vovó? Sua voz está estranha!
− É que peguei um resfriado minha netinha.
− Ah! Sim! Mas a senhora está toda esquisita. Olha
como os seus olhos estão grandes!
− É pra te ver melhor minha netinha!
− E esse nariz enorme? Vai dizer que é pra me
cheirar melhor? − ironizou a menina.
O Lobo já estava super irritado, mas conteve-se:
− Não minha netinha, é por causa da gripe, eu assuo
muito o nariz, sabe?
− AH!... Mas e essa boca enorme, com estes dentes
maiores ainda? Sem contar com o mau hálito. − disse Chapeuzinho tapando o
nariz.
O Lobo não agüentou mais:
− Quer saber mesmo?
− Quero.
−Mesmo, mesmo?
− Fala vovó.
− É pra te comer!
Então, o desmiolado do Lobo começou a correr atrás
de Chapeuzinho, que gritava escandalosamente na frente. Eu saí debaixo da cama
o mais depressa possível, mas meu pé engatou na colcha de renda, fazendo com
que eu caísse por cima do Lobo, que, sem sorte, engatou as unhas na colcha
fazendo aquela confusão.
Neste momento, o lenhador apareceu na porta e
Chapeuzinho Vermelho começou a gritar que o Lobo estava me atacando. O lenhador
deu uma paulada que pegou na cabeça do Lobo (para minha sorte). Fazendo com que
o Lobo, de imediato, pulasse direto para a janela, indo embora gritando e
correndo.
E Eu só aceitei essa história de Lobo Mau, por que
ele rasgou o meu vestido favorito, mas, estou arrependida.
O coitadinho é inocente e além de tudo, é
vegetariano.
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