Os mais
antigos contam que esta história aconteceu durante uma das piores secas
ocorridas nas savanas ao Sul da África.
O sol, inclemente, castigava todos os seres vivos: plantas e animais.
Logo os rios e lagos secaram, aumentando o sofrimento. O calor abria fendas no solo e levantava uma espessa poeira que borrava de cinza o céu borrado de azul.
Os habitantes dos vilarejos, desnorteados, fugiram para as montanhas, rogando por chuvas, mas não havia prece que desse jeito na calamidade.
Um dia, porém, uma mancha escura despontou no horizonte. Todos ficaram excitados. Sinal de que as chuvas estavam se aproximando.
Só que um elefante, desengonçado, atrapalhou tudo. Afugentando a nuvem.
A galinha-d'angola que, naquela época, além de uma crista avermelhada no alto da cabeça, tinha as penas inteiramente pretas, não se conteve. Indignada com a atitude do paquiderme, correu horas e horas atrás da nuvem, suplicando para que ela retornasse, sem se importar com os espinhos que iam rasgando-lhe as pernas desnudas.
- Por favor, Senhora, volte. Por favor, Senhora, volte – repetia sem cessar, enquanto o sangue escorria por suas feridas.
A Dona das Águas, finalmente, parou e disse:
- Por causa de sua perseverança, da sua dor e da sua preocupação com o destino de todas as outras criaturas, eu regressarei. Graças aos meus poderes, interromperei a seca.
- Obrigada - agradeceu a ofegante corredora.
- E, como você se dirigiu a mim de um modo tão respeitoso, receberá de presente o brilho das gotas da chuva, que cairão sobre o seu corpo. Assim, será uma das aves mais bonitas da terra.
Não demorou muito para desabar um temporal, em meio a raios e trovões. A galinha, d'angola, toda molhada, ganhou como ornamento os pingos que foram resvalando em suas penas, transformando-a, como fora prometido, em uma das aves mais lindas de toda a África.
Devido à canseira da galinha d'angola, suas descendentes ciscam por vários cantos do planeta, agitando a penugem de cor negra, como a pele da maioria dos povos de seu extenso continente. Enquanto exibem as penas salpicadas de pintas brancas as galinhas d'angola cacarejam como se estivessem expressando, até hoje, o esforço empreendido por sua ancestral:
- Tô fraca, tô fraca, tô fraca, tô fraca!
( Outros contos africanos para crianças brasileira – Rogério Andrade Barbosa)
O sol, inclemente, castigava todos os seres vivos: plantas e animais.
Logo os rios e lagos secaram, aumentando o sofrimento. O calor abria fendas no solo e levantava uma espessa poeira que borrava de cinza o céu borrado de azul.
Os habitantes dos vilarejos, desnorteados, fugiram para as montanhas, rogando por chuvas, mas não havia prece que desse jeito na calamidade.
Um dia, porém, uma mancha escura despontou no horizonte. Todos ficaram excitados. Sinal de que as chuvas estavam se aproximando.
Só que um elefante, desengonçado, atrapalhou tudo. Afugentando a nuvem.
A galinha-d'angola que, naquela época, além de uma crista avermelhada no alto da cabeça, tinha as penas inteiramente pretas, não se conteve. Indignada com a atitude do paquiderme, correu horas e horas atrás da nuvem, suplicando para que ela retornasse, sem se importar com os espinhos que iam rasgando-lhe as pernas desnudas.
- Por favor, Senhora, volte. Por favor, Senhora, volte – repetia sem cessar, enquanto o sangue escorria por suas feridas.
A Dona das Águas, finalmente, parou e disse:
- Por causa de sua perseverança, da sua dor e da sua preocupação com o destino de todas as outras criaturas, eu regressarei. Graças aos meus poderes, interromperei a seca.
- Obrigada - agradeceu a ofegante corredora.
- E, como você se dirigiu a mim de um modo tão respeitoso, receberá de presente o brilho das gotas da chuva, que cairão sobre o seu corpo. Assim, será uma das aves mais bonitas da terra.
Não demorou muito para desabar um temporal, em meio a raios e trovões. A galinha, d'angola, toda molhada, ganhou como ornamento os pingos que foram resvalando em suas penas, transformando-a, como fora prometido, em uma das aves mais lindas de toda a África.
Devido à canseira da galinha d'angola, suas descendentes ciscam por vários cantos do planeta, agitando a penugem de cor negra, como a pele da maioria dos povos de seu extenso continente. Enquanto exibem as penas salpicadas de pintas brancas as galinhas d'angola cacarejam como se estivessem expressando, até hoje, o esforço empreendido por sua ancestral:
- Tô fraca, tô fraca, tô fraca, tô fraca!
( Outros contos africanos para crianças brasileira – Rogério Andrade Barbosa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário