O Galo e a Raposa





Foi num fim de tarde de um dia de outono. O Sol estava prestes a deitar-se e, com ele, todos os animais da quinta. Um galo velho e sábio  empoleirou-se num ramo de uma árvore, cantou três vezes e colocou a cabeça debaixo da asa, preparando-se para o merecido descanso noturno.
Nesse momento, uma raposa passou por ali e farejou o galo. Levantou os olhos e, vendo-o lá em cima e não podendo agarrá-lo de imediato, proclamou:


– Compadre galo, ainda não sabe da maravilhosa novidade? Foi decretada uma nova lei que estabelece a paz entre todos os animais. Desça daí, para darmos um abraço fraterno e comemorarmos este acontecimento memorável.
- Estranha novidade. - comentou o galo, cautelosamente. - Até parece mentira!
- Mas é verdade! Vamos celebrar. Venha. - insistiu a raposa, em tom alegre e animado.
- Sim, comadre raposa, estou ansioso por poder abraçá-la - respondeu o galo, esticando-se em bicos de pés, parecendo observar algo ao longe, - mas... já agora... podemos esperar pela chegada daquela matilha que parece vir na nossa direção. Pela pressa, os cães também já devem saber da tal  novidade . Assim, festejaremos todos juntos.
Perante a aproximação dos seus inimigos, e não logrando os seus intentos, a matreira desculpou-se:
– Lamento, amigo, mas não vou poder ficar para comemorar com vocês. Acho que a notícia ainda não chegou aos cães.
Dizendo isto, correu em direção à floresta . Do alto do ramo, o galo gritava-lhe:
– Mostre-lhes a lei! Mostre-lhes a lei!
Mas a raposa já não o ouvia.
O galo sorriu, triunfante, enterrou a cabeça entre as penas e adormeceu, satisfeito por ter enganado uma inimiga muito astuta.

Moral: Não confies cegamente nas palavras astutas dos outros
Moral: O malandro é facilmente enganado

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