A árvore do avô






Existe uma árvore
No fundo do jardim da Luísa.
É uma macieira.
O Vítor, irmão da Luísa,
disse que começou como semente
E que cresceu e cresceu.
E disse também
Que essa árvore,
Onde brincavam com o avô,
Há-de lá estar para sempre.
O avô deles
Também já foi bebé,
E cresceu.
O Vítor diz
Que ele ia à escola,
Que trepava aos coqueiros,
E via o mar lá do alto.
Quando já era crescido,
Casou com a avó,
E foi pai da nossa mãe
E da tia Melissa
E do tio Vítor
e nosso avô.
— É a vida — dizia ele.
Na Primavera,
A macieira
Fica coberta de flores.
No Verão,
Crescem as maçãs.
No Outono,
Caem as folhas.
No Inverno,
Fica coberta de neve.
Às vezes, as coisas morrem,
Como as árvores,
Como as pessoas,
Como o avô.
Mas não vão embora
Para sempre.
Permancem…
Porque as recordamos.
A Luísa plantou uma semente,
Para o avô,
Mesmo junto da macieira.
Quando está triste,
O Vítor pega-lhe na mão,
E regam juntos a semente.
E a semente há-de crescer,
E crescer,
E mudar,
Mudar muito.
E hão-de amá-la sempre
E para sempre…
Como sempre amarão
O avô.



Trish Cooke
The Grandad tree
London, Walker Books, 2001
tradução e adaptação

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