Era
uma vez uma ratinha muito presunçosa que encontrou uma moeda
de ouro quando varria a calçada de sua toca.
Assim
que encontrou o dinheiro, começou a pensar em como o gastaria.
— Será
que compro um vestido novo? Ou um laço cor-de-rosa?
Quem sabe um lindo par de sapatos?...
Depois
de muito pensar, decidiu-se por um lindo chapéu todo enfeitado de flores e
laços coloridos.
Quando
se olhou no espelho, com seu novo chapéu, achou-se
tão linda, que logo pensou:
—
Ah! Linda assim como estou vou poder arrumar um marido bem bonito e rico.
E foi
passear na cidade.
Logo
aproximou-se um lindo galo, de penas brilhantes e andar elegante, que falou:
—
Linda ratinha, você quer ser minha esposa? Tenho muita disposição
para trabalhar e muito carinho para lhe dar.
— Não,
não – respondeu-lhe a ratinha. – suas penas são
tão brilhantes e seu andar tão elegante, que ninguém me notaria ao seu lado. E
depois eu quero um marido rico,
não um trabalhador.
Assim,
ela ia andando e recebendo propostas de amor eterno e
de casamento.
Mas
ninguém satisfazia aquela ratinha presunçosa.
Então
apareceu um lindo gato, elegante, bem vestido, de anelão no dedo, com olhar de
conquistador, que lhe falou:
—
Querida ratinha, você quer ser a rainha do meu palacete? Viver coberta de ouro
e de roupas finas?
A ratinha
aceitou imediatamente, nem pensou duas vezes, e o
casamento foi realizado.
Uma
festa inesquecível, a noiva belíssima não cabia em si
de contentamento.
Assim,
que todos os convidados se retiraram, o gato começou a persegui-la por toda a
parte, a fim de devorá-la. E ele dizia:
— Sua
ratinha presunçosa, queria ouro de um gato, não é? Pois você vai esquentar a
minha barriga! Rá-rá-rá-rá!
A
pobre ratinha corria e gritava feito uma desesperada, até que foi salva pelos
pretendentes que ela rejeitara.
Depois
desse susto, a ratinha aprendeu que devemos gostar das pessoas pelo que elas
são, e não pelo que parecem ser.
(LIPPI, Valéria Martins. De palavra em palavra – língua
portuguesa – São Paulo: FTD, 1993
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