Pinóquio






Numa aldeia italiana vivia Gepeto, o melhor relojoeiro do mundo. Um dia construiu um boneco quase perfeito...!

-Serás o filho que não tive, e vou chamar-te Pinóquio.

Nessa noite a Fada Madrinha visitou a oficina de Gepeto.

Tocando Pinóquio com a varinha mágica disse:

- Vou-te dar vida, boneco. Mas deves ser sempre bom e verdadeiro!

No dia seguinte Gepeto apercebeu-se que os seus desejos se tinham tornado realidade. Mandou então Pinóquio à escola, acompanhado pelo grilo cantante Pepe.

No caminho encontraram a D. Raposa e a D. Gata.

- Porque vais para a Escola havendo por aí tantos lugares bem mais alegres? - perguntou a raposa.

- Não lhe dês ouvidos! - avisou-o Pepe.

Mas Pinóquio, para quem tudo era novidade, seguiu mesmo as tratantes e acabou à frente de Strombóli, o dono de um teatrinho de marionetes.

- Comigo serás o artista mais famoso do mundo! - segredou-lhe o astucioso Strombóli.

O espetáculo começou. Pinóquio foi a estrela, principalmente pelas suas faltas, que causaram muita risada. Os outros bonecos eram hábeis, enquanto o novo só fazia asneiras... Por isso triunfou! No final do espetáculo Pinóquio quis ir-se embora, mas Strombóli tinha outros planos.

- Ficas preso nesta jaula, boneco falante. Vales mais que um diamante!

Por sorte o grilo Pepe correu a avisar a Fada Madrinha, que enviou uma borboleta mágica para salvar Pinóquio.

Quando se recompôs do susto, a borboleta perguntou-lhe aonde vivia.

- Não tenho casa. - respondeu o boneco.

A borboleta voltou a fazer-lhe a mesma pergunta, e ele a dar a mesma resposta. Mas, de cada vez que mentia, o nariz crescia-lhe mais um pouco, pelo que não conseguiu enganar a Borboleta Mágica.

- Não quero este nariz! - soluçou Pinóquio.

- Terás que te portar bem e não mentir! Voltas para casa e para a Escola. - disse-lhe a Borboleta Mágica.

Depois de regressar a casa, aonde foi recebido com muita alegria por Gepeto, passou a portar-se bem.

Tempos depois, de novo quando ia para a Escola, voltou a encontrar a Raposa, que o desafiou para a acompanhar à Ilha dos Jogos. Assim que entrou começaram a crescer-lhe as orelhas e a transformar-se em burro.

Aflito, valeu-lhe o grilo Pepe, que lhe disse:

- Anda, Pinóquio. Conheço uma porta secreta...! Não te queres transformar em burro, pois não? Levar-te-iam para um curral!

- Sim, vou contigo, meu amigo.

Ao chegarem a casa encontraram-na vazia. Por uns marinheiros souberam que Gepeto se tinha feito ao mar num bote. Como o grilo Pepe era muito esperto, ensinou Pinóquio a construir uma jangada.

Dois dias mais tarde, quando navegavam já longe de terra, avistaram uma baleia.

- Essa baleia vem direita a nós! gritou Pepe. - Saltemos para a água!

Mas não puderam salvar-se ... a baleia engoliu-os.

Em breve descobriram que no interior da barriga estava Gepeto, que tinha naufragado no decurso de uma tempestade.

Depois de se terem abraçado, resolveram acender uma fogueira. A baleia espirrou e lançou-os fora.

- Perdoa-me papai. - suplicou Pinóquio muito arrependido.

E a partir dali mostrou-se tão dedicado e bondoso que a Fada Madrinha, no dia do seu primeiro aniversário, o transformou num menino de carne e osso, num menino de verdade.

- Agora tenho um filho verdadeiro! - exclamou contentíssimo Gepeto.

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