Em uma vila
nas montanhas Altai, não havia crianças, porque, naquelas cercanias, morava um
terrível gigante que as levava embora logo que começavam a andar. Os jovens
casais, vendo o desespero dos pais das crianças raptadas, temiam ter filhos e
sofrer também. Assim, a vila foi lentamente se tornando lugar em que só
habitavam idosos, até que um casal resolveu que teria um bebê, custasse o que
custasse.
Quando o
menino nasceu, esconderam-no numa gruta e, quando ele já podia entender o que
lhe diziam, contaram-lhe que teria de ser corajoso, pois um dia precisaria
enfrentar o gigante. O menino aprendeu a correr a grande velocidade e a atirar
com arco e flecha. Quando completou oito anos, o pais falou-lhe:
- Meu
filho, precisamos libertar este lugar da tirania do gigante. Quero que você
venha até as montanhas e lute ao meu lado. Para que possamos vencer, você deve
confiar completamente em mim.
A criança
concordou. Sabia que o pai era homem de muita coragem, além de ser o melhor
arqueiro da vila. A viagem rumo à caverna do gigante durou dois dias. Assim que
chegaram às montanhas, ouviram o ruídos dos passos dele:
- É agora,
meu filho! - sussurrou o pai.
Em seguida,
pôs o menino diante de uma árvores e disse-lhe:
- Não se
afaste da árvore e tenha confiança em mim. Virei buscá-lo quando chegar a hora.
O menino
passou a tarde toda esperando pelo gigante. Quando o sol já desaparecia no
horizonte, ele surgiu. O garoto estremeceu, assustado, porque o gigante era
muito mais terrível do que ele havia imaginado. A voz era cruel, o olhar duro,
os gestos violentos.
- Ah! -
disse o gigante quando o viu - Ganhei uma criança de presente hoje! Que bom! Eu
estava mesmo morrendo de fome!
O gigante
abaixou-se para pegar o menino. O garoto sentiu vontade imensa de fugir, mas se
lembrou das palavras do pai e, reunindo toda sua coragem, permaneceu imóvel.
Foi então que uma flecha certeira atingiu a testa do gigante, que caiu morto. O
pai correu ao encontro do filho e abraçou-o, dizendo:
- Obrigado,
meu filho! Conseguimos vencer! Obrigado por confiar em mim!
Com a morte
do gigante, a felicidade voltou a reinar na vila. As pessoas jamais se
esqueceram da coragem daquele homem e da confiança daquele menino. Por isso,
esta história é contada até os dias de hoje.
História do Folclore da Ásia Central
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