Era uma noite de lua cheia, e o
cachorro decidiu fazer um passeio pela cidade.
Na cidade tinha festa. Tinha roda gigante,
montanha russa, carrossel, barracas de pipocas, de doces, de bebidas, muita música e um grande baile.
(...)
Uma pulga, que estava ali perto, sem
dizer nada, viu o cachorro se aprontando e logo adivinhou que ele ia para uma
festa.
“Oba! Arranjei um programa”, pensou a
pulga e imediatamente pulou em cima do cachorro.
Quando o cachorro percebeu,ficou
furioso.
– Sai de mim! Ele gritou.
– Aonde você pensa que vai?
– Eu também quero ir à festa – falou
a pulga.
– Não custa nada você me levar.
– Já imaginou eu chegar pulguento a
uma festa? - disse o cachorro.
(...)
Mas a pulga, que não queria ficar sem
programa de jeito nenhum, foi escapando, se escondendo, até que o cachorro se
cansou de procurar, também porque estava ficando tarde. E resolveu sair assim
mesmo.
Chegou à cidade e a festa estava
animadíssima.
(...)
E assim ele foi dando voltas e mais voltas,
saindo da montanha russa para entrar imediatamente na roda gigante, e de lá no
carrossel, para começar tudo de novo.
E, quando muito depois, saindo de um
carrossel, viu que as coisas continuavam rodando, se deu conta de que tinha
exagerado na brincadeira.
O cachorro começou a andar de lá pra
cá, entortando as patas, sem conseguir sair do lugar.
– Coitado de mim! - ele dizia.
– Onde estou? Não me lembro mais nem
do caminho de volta. Como eu vou pra casa agora? - E foi aí que ele se lembrou da
pulga.
– Ainda bem que eu trouxe você - ele
falou.
E dessa vez foi a pulga que levou o
cachorro de volta pra casa.
Liliana e Michele Lacocca. O cachorro
e a pulga. 5ª ed. São Paulo: Ática, 1996. Coleção Labirinto.
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