O PONTO





Uma professora se aproxima da aluna emburrada, que não quer desenhar na aula de educação artística. A folha em branco.

- Olha, que belo urso branco numa tempestade de neve! - exclama a professora.
A menina se aborrece, diz que não sabe desenhar... Conversam um pouco.
A professora lhe diz que pode fazer uma marca e depois ver no que vai dar.
A menina pega uma caneta e dá uma estocada firme no papel.
- Um ponto. “Pronto!” - diz a menina, desafiadora - Só um ponto.
A professora observa de perto e pede calmamente:
-Agora assine.
- Escrever meu nome eu sei! - ela responde.
Mais tarde, a aluna vê o seu desenho do ponto emoldurado e pendurado na parede da sala, em lugar de destaque.
Perplexa, descobre que pode fazer um ponto muito melhor do que aquele...
Na exposição escolar de final de ano, vários trabalhos seus são elogiados.
Ela fez um ponto amarelo, um ponto verde, um ponto azul, depois uma tela com vários pontos de várias cores, fez um ponto grande e multicolorido, a escultura de um ponto, o ponto segundo as mais diversas técnicas.
Aproxima-se da menina um colega.
Ele vem parabenizá-la, e se lamenta por ser um zero à esquerda em desenho e pintura.
- Não consigo fazer sequer uma linha reta, mesmo com a ajuda da régua.
A menina lhe diz:
- Aposto que sabe, faça uma linha e vamos ver no que vai dar.
O menino faz ali mesmo, numa folha de caderno, a tal linha não-reta. Ele a mostra. De fato, não passa de um rabisco. A menina observa com atenção, e lhe diz com um sorriso:
- Por favor... agora assine.

Autor: PETER H. REYNOLDS

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