Aninha Joaninha sempre dormia cedo,
pois acordava junto com o sol para aproveitar as delícias do dia.
Enquanto o sol estivesse clareando a
terra, lá estava Aninha brincando, comendo, se divertindo e quando o sol ia
embora, Aninha se aninhava sobre uma folha bem verdinha e dormia.
Quase sempre era assim, isso, porque
certo dia Aninha estava tão distraída com um pé de amoras que nem viu o sol ir
se deitar, quando deu por si, já estava chegando à noite e então... Aninha
olhou para o céu...
A joaninha ficou encantada! Ela viu a
primeira estrela da noite e ficou maravilhada com seu brilho delicado, suas
pontinhas reluzentes e Aninha quis muito, mas muito mesmo, ir lá em cima
brincar com a estrela.
Aninha, então, bateu suas asinhas e
subiu na tulipa mais alta, foi até bem em cima da flor e se esticou, se
esticou, se esticou...
Ah não! Aquela tulipa ainda era muito
baixinha, não dava para alcançar e brincar com a estrela.
A joaninha pensou, pensou e decidiu
subir na folha mais alta, do galho mais alto, da árvore mais alta, e lá foi ela
batendo suas asinhas.
UFA!
Quando Aninha alcançou a folha mais
alta, do galho mais alto, da árvore mais alta a pobrezinha estava exausta,
muito cansada mesmo e chegando lá ela ainda se esticou se esticou, se esticou e
finalmente...
Ela cansou de se esticar e percebeu
que mesmo a folha mais alta, do galho mais alto, da árvore mais alta ainda era
muito baixa para alcançar e brincar com a estrela.
Pobre Aninha! Ficou tão triste, mas
tão triste que foi se aconchegar em uma folha verdinha para dormir
Deitou-se, se aconchegou, mas dormir
não dormiu.
As lágrimas estavam correndo por seus
olhos como águas em um dilúvio. E ela não conseguia parar de pensar em como
queria ser amiga da estrela, então ela se levantou e foi lavar o rosto no
riacho.
Quando ela chegou ao riacho e abaixou
para se lavar... Ficou parada, paralisada... A estrela estava lá dentro do
riacho.
“Agora sim está mais fácil”, pensou
ela e outra vez ela se esticou, se esticou, se esticou e...
...SPLASH...
Caiu dentro do riacho e o pior é que
ela não sabia nadar... E AGORA?
A pobre joaninha batia as patinhas,
batia as asinhas e nada de conseguir sair de tamanha encrenca.
Já estava perdendo as for; as quando
viu uma luzinha delicada se aproximar rápido e Aninha logo imaginou que fosse a
estrela, querendo ser sua amiga também.
Quando o sufoco passou, ela viu um
inseto muito curioso, que nunca havia visto antes...
Ele lhe disse que era um vaga-lume e
falou para ela ter mais cuidado quando andar perto das margens do riacho, foi
então que, toda chorosa, Aninha contou o quanto queria ser amiga da estrela.
Depois de ouvir a historia o vaga
lume pediu para que ela não ficasse triste e a chamou para brincar...
A joaninha ficou muito feliz com o
novo amigo, mas já estava tarde e ela tinha muito sono, então se despediram,
prometendo se encontrarem no dia seguinte, mesmo sabendo que a luzinha do
vaga-lume não estaria tão bonita durante o dia.
Joaninha se aconchegou em uma folha
verdinha para descansar...
MAS SABEM QUEM MAIS ESCUTOU ANINHA
CONTAR O QUANTO QUERIA SER AMIGA DA ESTRELAS?
Pois é!
A estrela ouviu tudo e então mandou
uma “nuvem recado” para a joaninha... “Sabe, eu também quero ser sua amiga,
então que tal sermos “amigas de correio”? Sempre quando a noite estiver terminando,
eu te mandarei uma nuvem recado e quando o dia terminar, você poderá me
escrever um recado em uma folha que eu peco para um vento me entregar...”
Aninha adorou a solução entendendo
que na vida, existem diferentes tipos de amigos, como aqueles que estão sempre
por perto, aqueles que a gente só vê na escola e aqueles de muito, muito longe,
mas que mesmo estando, assim, muito, muito longe não deixam de ser nossos
amigos.
Ela agora tinha dois novos amigos.
Agora sim! Aninha Joaninha foi dormir
feliz da vida.
MARIA HELENA CRUZ
http://www.ayram-contosfadas.blogspot.com.
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