O fundo mar estava triste porque desaparecera o
pequeno Peixe-espada. A mãe, em desespero, percorria todo o oceano na tentativa
de encontrar seu pequeno filho.
Os outros peixes, solidários, também procuravam. O dia já estava pela metade e nada do peixinho aparecer. A mãe nadava preocupada pensando se ele estava em segurança, se tinha comido. Nadou quilômetros e mais quilômetros com a esperança de vê-lo. Nada. Mas não se deu por vencida. Sua intuição de mãe dizia para ela nadar na direção da terra. E lá foi ela.
Depois de nadar por um bom tempo, avistou aquele que poderia ser seu filho. Chegou perto. Sim, era ele. O coração da mãe acelerou de alegria. Não chamou o peixe. Ficou um pouco distante porque percebeu que ele conversava com alguma coisa. A sombra refletida na água era estranha. A mãe ficou pensando que coisa era aquela com a qual seu pequenino conversava. Parou para ouvir a conversa. Era a “coisa” que falava:
- Pois é, peixinho, eu sou um menino que está perdido. Não sei como voltar para casa.
- Eu também – disse o peixe – não sei onde fica minha casa. Minha mãe disse para eu não me afastar muito porque o mar é grandão assim – e fez um gesto com as barbatanas para mostrar o tamanho do mar.
- A minha também disse para eu não sair do portão – falou o menino – mas eu desci a rua e me perdi. Agora eu estou aqui esperando que ela venha me buscar.
- O que você faz aí em cima menino, na terra?
- Eu brinco – respondeu.
- Você brinca de quê?
- Eu tenho bola, carrinho, bichos de pelúcia, jogos, muitos jogos, pipas e outros brinquedos.
- Para que serve um carrinho? – perguntou o peixe.
- Com o carrinho eu imagino que estou numa estrada comprida correndo, correndo muito. Faço curvas, subo morros e não me canso.
- E a pipa e a bola? Pergunta o peixe.
- A pipa é para colocar no ar com uma linha e a bola é para jogar futebol. A gente junta onze meninos de cada lado e todos chutam a bola para marcar gol. É muito bom.
- E você como brinca? – perguntou o menino.
- Ah, eu e meus irmãos nadamos muito. Pegamos peixinhos pequenos, moluscos, pedaços de algas e apostamos quem engole mais.
- Credo! – exclamou o menino – Vocês brincam de engolir coisas? A minha mãe não me deixa pôr coisas na boca porque eu posso engasgar.
- Claro – disse o peixe – é só o que sabemos fazer. É que você não viu o tubarão e a baleia. Eles engolem cada coisa grande!
- Eles devem ficar com uma tremenda dor de barriga – disse o garoto.
- Que pena que você não pode sair da água para brincar comigo – disse o menino.
- Você também não pode brincar comigo no mar. Mas nós somos amigos, não somos?
- Somos. Somos amigos perdidos em seus ambientes – disse tristemente o peixinho.
O sol já estava indo embora, quando a mamãe peixe-espada chamou o filhote. Ele ficou feliz ao avistar a mãe. Antes de partir fez questão de apresentar o novo amiguinho:
- Mãe, este é meu amigo que mora na terra. Foi por causa dele que eu não fui mais longe.
- É seu desobediente. Podia dar de cara com um tubarão ou uma baleia e nunca mais voltaria para casa.
Enquanto a mãe do peixe advertia o filho, chegava à ponte a mãe do menino, muito nervosa dizendo:
- Menino desobediente, eu disse para você não sair do portão. Se tivesse ido mais longe eu não te encontraria tão cedo.
- É mamãe – disse o menino – graças ao peixinho perdido que ficou conversando comigo o tempo todo.
- Não diga bobagens menino, peixes não falam.
E se foi feliz, levando o pequeno menino pela mão.
Moral: A desobediência é a mãe da tragédia.
Os outros peixes, solidários, também procuravam. O dia já estava pela metade e nada do peixinho aparecer. A mãe nadava preocupada pensando se ele estava em segurança, se tinha comido. Nadou quilômetros e mais quilômetros com a esperança de vê-lo. Nada. Mas não se deu por vencida. Sua intuição de mãe dizia para ela nadar na direção da terra. E lá foi ela.
Depois de nadar por um bom tempo, avistou aquele que poderia ser seu filho. Chegou perto. Sim, era ele. O coração da mãe acelerou de alegria. Não chamou o peixe. Ficou um pouco distante porque percebeu que ele conversava com alguma coisa. A sombra refletida na água era estranha. A mãe ficou pensando que coisa era aquela com a qual seu pequenino conversava. Parou para ouvir a conversa. Era a “coisa” que falava:
- Pois é, peixinho, eu sou um menino que está perdido. Não sei como voltar para casa.
- Eu também – disse o peixe – não sei onde fica minha casa. Minha mãe disse para eu não me afastar muito porque o mar é grandão assim – e fez um gesto com as barbatanas para mostrar o tamanho do mar.
- A minha também disse para eu não sair do portão – falou o menino – mas eu desci a rua e me perdi. Agora eu estou aqui esperando que ela venha me buscar.
- O que você faz aí em cima menino, na terra?
- Eu brinco – respondeu.
- Você brinca de quê?
- Eu tenho bola, carrinho, bichos de pelúcia, jogos, muitos jogos, pipas e outros brinquedos.
- Para que serve um carrinho? – perguntou o peixe.
- Com o carrinho eu imagino que estou numa estrada comprida correndo, correndo muito. Faço curvas, subo morros e não me canso.
- E a pipa e a bola? Pergunta o peixe.
- A pipa é para colocar no ar com uma linha e a bola é para jogar futebol. A gente junta onze meninos de cada lado e todos chutam a bola para marcar gol. É muito bom.
- E você como brinca? – perguntou o menino.
- Ah, eu e meus irmãos nadamos muito. Pegamos peixinhos pequenos, moluscos, pedaços de algas e apostamos quem engole mais.
- Credo! – exclamou o menino – Vocês brincam de engolir coisas? A minha mãe não me deixa pôr coisas na boca porque eu posso engasgar.
- Claro – disse o peixe – é só o que sabemos fazer. É que você não viu o tubarão e a baleia. Eles engolem cada coisa grande!
- Eles devem ficar com uma tremenda dor de barriga – disse o garoto.
- Que pena que você não pode sair da água para brincar comigo – disse o menino.
- Você também não pode brincar comigo no mar. Mas nós somos amigos, não somos?
- Somos. Somos amigos perdidos em seus ambientes – disse tristemente o peixinho.
O sol já estava indo embora, quando a mamãe peixe-espada chamou o filhote. Ele ficou feliz ao avistar a mãe. Antes de partir fez questão de apresentar o novo amiguinho:
- Mãe, este é meu amigo que mora na terra. Foi por causa dele que eu não fui mais longe.
- É seu desobediente. Podia dar de cara com um tubarão ou uma baleia e nunca mais voltaria para casa.
Enquanto a mãe do peixe advertia o filho, chegava à ponte a mãe do menino, muito nervosa dizendo:
- Menino desobediente, eu disse para você não sair do portão. Se tivesse ido mais longe eu não te encontraria tão cedo.
- É mamãe – disse o menino – graças ao peixinho perdido que ficou conversando comigo o tempo todo.
- Não diga bobagens menino, peixes não falam.
E se foi feliz, levando o pequeno menino pela mão.
Moral: A desobediência é a mãe da tragédia.
Maria Hilda de Jesus Alão
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