Os Aspectos Gerais do Mito da Besta Fera
Mistérios difíceis de explicar acabam por se tornar alegorias mitológicas...
Este mito, é uma mistura do mito da Mula-Sem-Cabeça
com o Lobisomem. Não se sabe
ao certo de onde sai essa temível criatura.
Acredita-se
tratar-se do próprio Demônio em pessoa, que sai das profundezas onde mora, em
noites de Lua cheia, para correr pelas ruas dos povoados e pequenas cidades. Termina sua jornada quando chega em frente ao
cemitério local. É nesse momento que simplesmente desaparece sem deixar
vestígio algum.
Seria um ser fantástico metade homem metade cavalo, lembrando em centauro, mas que anda apoiado sobre
as duas patas traseiras, em pé, como um homem. O barulho dos seus cascos
correndo é motivo mais que suficiente para as pessoas se trancarem em suas
casas nestas noites.
Por
onde passa, uma matilha de cachorros vadios ou fugidios,
acompanham seu assombroso trote numa algazarra infernal. Vez por outra ele
açoita os mais afoitos e os ganidos podem se ouvir de longe. Diante dos quintais
onde há um cachorro preso, ele pára e liberta o animal.
Como se
fosse uma "Besta", enquanto corre, a criatura emite
uma espécie de relincho que se assemelha a um assovio. É coisa pavorosa, pois
alguns dizem tratar-se de uma gargalhada.Eventualmente, ele pára diante da porta de uma casa. Nesse momento é possível ouvir sua respiração ofegante, coisa do outro mundo. Nessas horas, com frequência, ele arranha as portas ou janelas com suas grandes e afiadas garras. Aconselha-se à pessoa rezar o "Credo" para que ele então siga seu caminho.
De verdade não há um só relato oral que comprove ter ele feito algum mal contra os seres humanos. Mesmo assim, à simples menção do seu nome, logo se faz o sinal da cruz e três vezes se reza a Ave-Maria.
Informações Complementares sobre a Besta Fera
Nomes comuns: Quibungo, La Carreta del Diablo (Venezuela), El Macho Cabrio (Colômbia).
Origem Provável: É um mito muito semelhante a história do Lobisomem. Existe em todo Nordeste, mas está muito mais presente no interior dos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. Pode ter migrado para outras regiões mais próximas.
A versão Brasileira pode ter surgido na época colonial, embora não existam relatos oficiais dos historiadores de época sobre tal ocorrência. A Versão Sul americana, La Carreta del Diablo, mostra uma criatura semelhante, mas que é acompanhada por uma carroça fantasma.
Em resumo, é uma crença muito comum em todo meio rural do Nordeste. Também existem algumas versões similares em alguns países Latino-americanos.
Se a pessoa estiver na rua na hora que a "Besta Fera" for passando, o único modo de se proteger é empunhar uma adaga de prata. Não precisa sacá-la, basta segurá-la com uma das mãos. Pode ser também uma faca peixeira comum, desde que abençoada, ou que antes tenha sido molhada em água benta. Desse modo, os caminhos da "Besta" e daquele indivíduo não se cruzarão.
Apesar de assustador, parece ser inofensivo às pessoas. Na verdade, sua única atividade, consiste em soltar todos os animais de canis ou currais que for encontrando pela frente. Algumas pessoas que deparam com ela, cara a cara, podem perder o juízo ou ficarem por algum tempo desorientadas.
Documentário - Debates e Relatos sobre o Mito da Besta Fera
Uma história da Besta Fera:
Relato coletado na cidade de Pesqueira, no interior de Pernambuco, de um tradicional morador local, o Sr. Jorge, Marceneiro. Homem não letrado e simples, de grande credibilidade entre os locais. Chama a atenção a riqueza de detalhes e a absoluta certeza daquilo que testemunhara. O ocorrido data do final do anos 50.
Alteramos apenas parte da grafia original, não o conteúdo.
Eis o relato, segundo suas palavras:
Voltava tarde da noite do trabalho, pois
naqueles tempos precisava fazer serão. Estava tranquilo e apenas o frio era
minha preocupação naquela hora.
Então, ao longe escutei o que parecia ser os
latidos de cães, muitos deles, como se perseguissem algum bicho perdido. Como
desciam pela mesma rua por onde eu caminhava, resolvi cortar caminho para não
dar de cara com eles.
Nesse momento escutei o trote de um cavalo
que descia ladeira abaixo, desembestado, dando terríveis relinches e galopando
em minha direção. Atrás dele, dezenas de cachorros o acompanhavam em grande
algazarra. Era noite clara de lua, e o barulho estava cada vez mais perto. Com
certeza aquilo não era coisa desse mundo.
Não sabia o que pensar na hora, mas o que
quer que fosse, não era coisa boa de se ver. Pensei em correr, mas pela
proximidade dos latidos não daria mais tempo. De repente o trote diminuiu, como
se o "cavalo" estivesse procurando alguma coisa.
Não teve outro jeito senão me
encolher rezando numa entrada do pilar largo de um portão e segurar o cabo da
minha "adaga".
Era costume andar com adaga naquela época. Foi aí que pude ver mais adiante um
imenso vulto de uma criatura medonha, corpulenta, muito maior que um homem, com
pernas de cavalo e cabeça de Lobisomem. Então, ao invés de descer pela rua na
minha direção, entrou num beco da rua que dava pro matagal e desapareceu com os
animais no seu encalço. Apenas eu e o criador sabemos como como consegui chegar
em casa naquela noite.
Editoria de Pesquisas Site de Dicas
Achei super util mas nao achei a fraqueza entao é uma merda isso
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