Mistérios difíceis de explicar acabam por se tornar alegorias mitológicas...
Esta é uma das lendas mais tradicionais do Brasil.
Existe
um registro muito popular de fatos dessa natureza que aconteceram na Cidade de
Ouro Preto, em Minas Gerais, no começo do século XX, por volta de 1900. O
caso todo ocorreu numa pequena Igreja que ficava ao lado de um cemitério, e
esta era a Igreja de Nossa Senhora das Mercês de Cima.
Quem presenciou
uma dessas missas foi o zelador e sacristão da Igreja. Ele chamava-se João
Leite e era muito popular e querido em toda aquela região.
Conta-se
que numa noite, já deitado, ele viu luzes na Igreja e pensando que fossem
ladrões foi investigar. Para sua surpresa, viu que o templo estava cheio de
fiéis, lustres acesos e o padre se preparando para celebrar uma missa. Ao
entrar já percebeu que o ambiente estava mais frio que o relento do lado de
fora.
A princípio só estranhou o fato de que todo mundo estava vestindo roupas
escuras e permaneciam de cabeças baixas. No mais, tudo parecia caminhar para
uma cerimônia religiosa tradicional. Cheiro de incenso no ar, altar arrumado, e
um silêncio sepulcral. Achou também estranho uma missa naquela hora, e sem que
ele nada soubesse. Era de fato uma coisa atípica. E os cabelos dos seus braços
já ficaram arrepiados e um frio esquisito percorreu seu corpo inteiro.
Quando o padre se
voltou para dizer o "Dominus Vobiscum", ele viu que seu rosto
era uma caveira. Viu que também os coroinhas eram esqueletos vestidos com
aquelas roupas que mais pareciam mortalhas. Não esperou para ver o resultado,
saiu apressado dali e viu a porta que dava para o cemitério escancarada.Voltou para casa sem saber o que pensar, completamente desorientado. Do seu quarto, ficou ouvindo aquela missa do outro mundo até o fim.
Informações
Complementares sobre a Missa dos Mortos
Nomes comuns: Missa das Almas, Missa das Almas Penadas.
Origem Provável: É sem dúvida originária da Europa. Em Portugal e Espanha, por volta da idade média, já se conheciam lendas com estas. Os romanos antigos acreditavam que os fantasmas dos parentes mortos se reuniam de tempos em tempos. Assim, eles, como também os Mouros espanhóis, celebravam a Festa dos Mortos. O objetivo era espantar os fantasmas errantes dos antepassados. Em Portugal é conhecida como "A Missa das Almas", e na Espanha como "La Misa de las Animas".
No caso brasileiro, é uma lenda muito comum em todo interior do país, embora seja citada como primeiramente relatada em Ouro Preto, Minas Gerais, na Igreja de Nossa Senhora das Mercês de Cima.
Também em Minas Gerais, na cidade de São João Del Rei, na Matriz de N. S. do Pilar, existe um relato semelhante. Nesse caso, aconteceu com uma viúva, moradora do lugar. Ela teria assistido a uma dessas missas e perdeu a noção do tempo. Quando o sino bateu doze vezes, à meia-noite, tudo desapareceu ficando ela sozinha completamente desorientada, e imaginando se tudo aquilo não passara de um sonho, daqueles que parecem a mais pura realidade.
De acordo com a crença de alguns, a pessoa que presencia uma dessas missas, está perto de morrer ou seria um aviso de que vai morrer alguém conhecido dela. Já outros afirmam que é um sinal de longevidade.
Editoria
de Pesquisas Site de Dicas
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