Os Aspectos Gerais do Mito da Iara ou Mãe D'água
Mistérios difíceis de explicar acabam por se tornar alegorias mitológicas...
Os cronistas dos séculos XVI e XVII
registraram essa história.
No princípio, o personagem era masculino e
chamava-se Ipupiara, homem peixe que devorava pescadores e os levava
para o fundo do rio. No século XVIII, Ipupiara vira a sedutora sereia
Uiara ou Iara. Todo pescador brasileiro, de água doce ou salgada, conta histórias
de moços que cederam aos encantos da bela Uiara e terminaram afogados de
paixão.
Ela deixa sua casa no fundo das águas no
fim da tarde. Surge magnífica à flor das àguas: metade mulher, metade peixe;
cabelos longos enfeitados de flores vermelhas. Por vezes, ela assume a forma
humana e sai em busca de vítimas.
Quando a Mãe das águas canta, hipnotiza
os pescadores. Um deles foi o índio Tapuia. Certa vez, pescando, Ele viu
a deusa, linda, surgir das águas. Resistiu. Não saiu da canoa, remou rápido até
a margem e foi se esconder na aldeia.
Mas enfeitiçado pelos olhos e
ouvidos não conseguia esquecer a voz de Uiara. Numa tarde, morto de saudade,
fugiu da aldeia e remou na sua canoa rio abaixo.
Uiara já o esperava cantando a música
das núpcias. Tapuia se jogou no rio e sumiu num mergulho, carregado pelas mãos
da noiva. Uns dizem que naquela noite houve festa no chão das águas e que foram
felizes para sempre. Outros dizem que na semana seguinte a insaciável Uiara
voltou para levar outra vítima.
Este é um Mito baseado no
modelo das sereias dos contos gregos. A Iara é uma ninfa loura de corpo
deslumbrante e de beleza irresistível. Sua voz é melodiosa e seu canto, tal
como no original grego, é capaz de enfeitiçar a todos que o ouvem,
arrastando-os em sua direção, até o fundo do rio, lagos, igarapés, águas, onde
vivem esses seres fabulosos.
Na Amazônia, a Mãe-d'água atrai os moços sob
forma de uma moça bonita, e às moças, aparecendo-lhes sob o aspecto de um belo
e sedutor moço. As crianças também são vítimas, e após desaparecem
misteriosamente, creem os ribeirinhos que essas crianças ficam
"encantadas" no reino da "gente do fundo".
Lá o menino é instruído no preparo de todos
os tipos de remédios. Passados sete anos, durante os quais foi iniciado nas
artes mágicas e na manipulação de plantas e ervas, o jovem pode retornar para
junto dos seus, onde, geralmente, se torna um grande curandeiro.
A Iara (ig-água, iara-senhor) é uma
roupagem de cultura europeia. Não há lenda indígena que tenha registrado
a Iara de cabelos longos ou voz maviosa.
As lendas indígenas mais velhas citam
sempre o Velho Homem Marinho, o Ipupiara, nunca a Iara. Além do Ipupiara,
o índio brasileiro tem outra tradição assombrosa das águas. É a Cobra Grande, a
Cobra Negra ou Boiúna.
Nomes comuns: Ipupiara, Hipupiara(demônio dágua), Uiara, Uauiará, Iara, Eiara, Oiara, Mãe-dágua, Hirã, etc.
Origem Provável: É oriundo da Mitologia Grega. Os portugueses, homens do mar, possuíam a tradição das lendas marítimas, de Tritões, Sereias e animais fabulosos. As Sereias constituíam um patrimônio comum aos povos navegadores. Havia a Sereia dos gregos e dos romanos. Mas esta era um pássaro e não um peixe.
Nenhum autor clássico fala de Sereias em forma de peixe. Na versão oficial eram moças, sentadas na areia da praia, cantando. Na África havia Haraké, que atraia os homens para as águas do Níger.
Da forma como ela atualmente existe, nenhum índio, entre os séculos XVI e XVII a conheceu. A Iara, mulher tentadora, é uma lenda totalmente estranha à mítica indígena. O Ipupiara dos cronistas coloniais não possuía os encantos sedutores da atual Iara. Antes disso, era um Homem-peixe, feroz, bestial, saindo da água para matar, sempre matar. Não há um só aspecto simpático no Ipupiara monstro marinho. É horrendo, esfomeado e apavorante.
De acordo com os cronistas, não aparece no Ipupiara o poder de transformar-se em homem ou mulher. De comum com a Sereia atlântica e mediterrânea só existe o elemento água, onde vive.
A Iara (Ig-água, Iara-Senhor) é uma roupagem de cultura europeia. Não há lenda entre os índios que tenha registrado a Iara de cabelos longos e voz encantadora. As lendas indígenas mais antigas citam sempre o Velho Homem Marinho, e não a Iara. A presença da Iara indica claramente a força da presença dos mitos dos brancos ou a influência assimiladora do mestiço, que a tudo absorvia, como se fora uma esponja.
Como existe atualmente não se viu um só índio nos séculos XVI e XVII que a tivesse conhecido. Além do Ipupiara o índio brasileiro tem outra grande tradição assombrosa de monstro aquático. É o ciclo da Cobra Grande, a Cobra Negra, a Boiúna, das mil histórias amazônicas.
Há em Portugal um mito semelhante ao da Iara que se chama Hirã. Ela é descrita como uma mulher de cabeça muito volumosa e com um corpo franzino, a qual, em chegando à idade de 12 anos, se transforma em Serpente e vai viver no Mar. A Hirã é a última das sete irmãs que nasceram de forma consecutiva.
Ainda, segundo os pesquisadores, o mito da Cobra Grande foi, evidentemente, fundido com o da Mãe Dágua. Há o depoimento do Padre Figuerôa, afirmativo e claro. Mas em nenhum velho documento encontra-se qualquer menção de que a Cobra Grande deixe sua forma original para se transformar em outra coisa, como homem ou mulher. Nenhuma lenda tradicional dos índios brasileiros narra a Cobra grande parecendo com a Mãe-Dágua.
Informações
Complementares sobre O Mito da Iara ou Mãe Dágua
Nomes comuns: Ipupiara, Hipupiara(demônio dágua), Uiara, Uauiará, Iara, Eiara, Oiara, Mãe-dágua, Hirã, etc.
Origem Provável: É oriundo da Mitologia Grega. Os portugueses, homens do mar, possuíam a tradição das lendas marítimas, de Tritões, Sereias e animais fabulosos. As Sereias constituíam um patrimônio comum aos povos navegadores. Havia a Sereia dos gregos e dos romanos. Mas esta era um pássaro e não um peixe.
Nenhum autor clássico fala de Sereias em forma de peixe. Na versão oficial eram moças, sentadas na areia da praia, cantando. Na África havia Haraké, que atraia os homens para as águas do Níger.
Da forma como ela atualmente existe, nenhum índio, entre os séculos XVI e XVII a conheceu. A Iara, mulher tentadora, é uma lenda totalmente estranha à mítica indígena. O Ipupiara dos cronistas coloniais não possuía os encantos sedutores da atual Iara. Antes disso, era um Homem-peixe, feroz, bestial, saindo da água para matar, sempre matar. Não há um só aspecto simpático no Ipupiara monstro marinho. É horrendo, esfomeado e apavorante.
De acordo com os cronistas, não aparece no Ipupiara o poder de transformar-se em homem ou mulher. De comum com a Sereia atlântica e mediterrânea só existe o elemento água, onde vive.
A Iara (Ig-água, Iara-Senhor) é uma roupagem de cultura europeia. Não há lenda entre os índios que tenha registrado a Iara de cabelos longos e voz encantadora. As lendas indígenas mais antigas citam sempre o Velho Homem Marinho, e não a Iara. A presença da Iara indica claramente a força da presença dos mitos dos brancos ou a influência assimiladora do mestiço, que a tudo absorvia, como se fora uma esponja.
Como existe atualmente não se viu um só índio nos séculos XVI e XVII que a tivesse conhecido. Além do Ipupiara o índio brasileiro tem outra grande tradição assombrosa de monstro aquático. É o ciclo da Cobra Grande, a Cobra Negra, a Boiúna, das mil histórias amazônicas.
Há em Portugal um mito semelhante ao da Iara que se chama Hirã. Ela é descrita como uma mulher de cabeça muito volumosa e com um corpo franzino, a qual, em chegando à idade de 12 anos, se transforma em Serpente e vai viver no Mar. A Hirã é a última das sete irmãs que nasceram de forma consecutiva.
Ainda, segundo os pesquisadores, o mito da Cobra Grande foi, evidentemente, fundido com o da Mãe Dágua. Há o depoimento do Padre Figuerôa, afirmativo e claro. Mas em nenhum velho documento encontra-se qualquer menção de que a Cobra Grande deixe sua forma original para se transformar em outra coisa, como homem ou mulher. Nenhuma lenda tradicional dos índios brasileiros narra a Cobra grande parecendo com a Mãe-Dágua.
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