Esta história aconteceu no tempo em que os bichos falavam.
Os dois caminhavam lado a lado. A conversa era animada. Na imensidão da mata, tudo silenciava. De repente, aquela estralada da mata. Pararam. Abraçaram-se. As pernas tremeram. Olhos fechados. Silêncio novamente. Diante deles, aquele paquiderme.
Correr? As pernas estavam sem comando. Entreolharam-se. Estavam preparados para o pior. E o colosso a fitá-los.
- Não... lhes... quero... mal..., falou compassadamente a inesperada criatura.
- Nós também não lhe queremos mal. Mas, quem você é?
Aquele monstro baixou o olhar e duas lágrimas rolaram pela face. Ouvia-se apenas o sussurro do vento nas copas das árvores. Os dois marcaram carreira, porém a mão enorme os deteve.
- Já lhes disse que nada de mal lhes acontecerá. Ouçam minha história:
- Há milênios vago por este mundo afora, à procura de meus descendentes. Na minha aldeia eu era o chefe. Eu os comandava. Eu ditava as leis. Eu dava as ordens. Certo dia, a terra estremeceu. Uma grande fenda abriu-se, partindo-a ao meio. O destino me preservou. Vaguei, vaguei sem rumo. Dentro de mim, algo me dizia que os encontraria um dia. Perambulei muito, mas dentro do peito esta certeza: hei de encontrá-los. E quando este momento chegar, posso morrer. E morrerei feliz.
- A terra não os engoliu, continuou o monstro, porque um pássaro, de bondosas asas, os salvou. Voou com eles. E, mirando os dois, exclamou: - meus filhos, me abracem! Eu os amo. Agora, morrerei feliz. Minha missão está cumprida. Ele os abençoou e fechou as pálpebras para sempre.
- O que vocês acabaram de ouvir foi um sonho, garotos! Disse-lhes eu, também fechando os olhos, pois já era alta noite e o sono me dominava.
Os dois caminhavam lado a lado. A conversa era animada. Na imensidão da mata, tudo silenciava. De repente, aquela estralada da mata. Pararam. Abraçaram-se. As pernas tremeram. Olhos fechados. Silêncio novamente. Diante deles, aquele paquiderme.
Correr? As pernas estavam sem comando. Entreolharam-se. Estavam preparados para o pior. E o colosso a fitá-los.
- Não... lhes... quero... mal..., falou compassadamente a inesperada criatura.
- Nós também não lhe queremos mal. Mas, quem você é?
Aquele monstro baixou o olhar e duas lágrimas rolaram pela face. Ouvia-se apenas o sussurro do vento nas copas das árvores. Os dois marcaram carreira, porém a mão enorme os deteve.
- Já lhes disse que nada de mal lhes acontecerá. Ouçam minha história:
- Há milênios vago por este mundo afora, à procura de meus descendentes. Na minha aldeia eu era o chefe. Eu os comandava. Eu ditava as leis. Eu dava as ordens. Certo dia, a terra estremeceu. Uma grande fenda abriu-se, partindo-a ao meio. O destino me preservou. Vaguei, vaguei sem rumo. Dentro de mim, algo me dizia que os encontraria um dia. Perambulei muito, mas dentro do peito esta certeza: hei de encontrá-los. E quando este momento chegar, posso morrer. E morrerei feliz.
- A terra não os engoliu, continuou o monstro, porque um pássaro, de bondosas asas, os salvou. Voou com eles. E, mirando os dois, exclamou: - meus filhos, me abracem! Eu os amo. Agora, morrerei feliz. Minha missão está cumprida. Ele os abençoou e fechou as pálpebras para sempre.
- O que vocês acabaram de ouvir foi um sonho, garotos! Disse-lhes eu, também fechando os olhos, pois já era alta noite e o sono me dominava.
Raimundo de Assis Holanda
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