Uma camponesa tinha um galinheiro com muitas galinhas de boa raça, algumas
cabras e carneiros, um boi e duas lindas vaquinhas. Bem tratadas, elas davam
muito leite o que provocava a inveja do seu vizinho, um homem de maus bofes. Um
dia, ao se levantar pela manhã, a camponesa não viu as vaquinhas no pasto.
Ficou desesperada. Saiu procurando por todos os lugares e não as encontrou. Já
estava sem esperança de achar os animais quando topou com o moleque Quincas que
lhe disse:
- As vacas estão com o Bastião, o homem sem coração.
E como ele sabia disso? Perguntou a camponesa com os olhos brilhando de alegria. É que na última invasão de Quincas ao pomar do Bastião para apanhar as goiabas maduras ele viu, escondidas no fundo do curral, as duas vacas.
A mulher foi falar com Bastião. Pediu a devolução das vacas e o homem, grosseiramente, lhe disse que para devolver as vacas ela teria de “untar” a sua mão com o que ela escondia no armário da cozinha. A pobre mulher, analfabeta, não sabia o significado de “untar”, então ela foi perguntar ao juiz que lhe disse:
- Untar é passar substância gordurosa em algo ou alguém...
A camponesa voltou para sua casa e mandou avisar ao Bastião que ela iria, no dia seguinte, buscar as duas vacas. Assim fez. Chegou trazendo um caldeirão bem tampado. O homem foi logo perguntando, de olho no caldeirão:
- Vai “untar” a minha mão com aquilo que você guarda no armário da cozinha?
Ela não respondeu. Aproximou-se. O homem estendeu a mão. Ela tirou a tampa do caldeirão, meteu a mão e sacou um punhado de banha passando na mão do espertalhão dizendo:
- Pronto, já untei a sua mão! Agora quero as minhas vacas.
- Nada disso! Quando eu disse “untar” eu quis dizer “pagar” com aquilo que você guarda no armário da cozinha. – disse nervoso o Bastião.
- Acontece que “pagar” é com dinheiro, e dinheiro eu guardo no colchão e não no armário da cozinha. Eu cumpri a minha parte direitinho: “untei” a sua mão conforme o seu pedido, agora você cumpra a sua devolvendo as minhas vacas ou eu levo o caso ao conhecimento do senhor juiz.
Vendo a besteira que fizera, Bastião, que temia a severidade do juiz, devolveu as duas vaquinhas e aprendeu que aquele que se julga muito esperto é sempre o mais tolo.
(história inspirada na fábula medieval “A Velha que untou a mão do Cavalheiro)
- As vacas estão com o Bastião, o homem sem coração.
E como ele sabia disso? Perguntou a camponesa com os olhos brilhando de alegria. É que na última invasão de Quincas ao pomar do Bastião para apanhar as goiabas maduras ele viu, escondidas no fundo do curral, as duas vacas.
A mulher foi falar com Bastião. Pediu a devolução das vacas e o homem, grosseiramente, lhe disse que para devolver as vacas ela teria de “untar” a sua mão com o que ela escondia no armário da cozinha. A pobre mulher, analfabeta, não sabia o significado de “untar”, então ela foi perguntar ao juiz que lhe disse:
- Untar é passar substância gordurosa em algo ou alguém...
A camponesa voltou para sua casa e mandou avisar ao Bastião que ela iria, no dia seguinte, buscar as duas vacas. Assim fez. Chegou trazendo um caldeirão bem tampado. O homem foi logo perguntando, de olho no caldeirão:
- Vai “untar” a minha mão com aquilo que você guarda no armário da cozinha?
Ela não respondeu. Aproximou-se. O homem estendeu a mão. Ela tirou a tampa do caldeirão, meteu a mão e sacou um punhado de banha passando na mão do espertalhão dizendo:
- Pronto, já untei a sua mão! Agora quero as minhas vacas.
- Nada disso! Quando eu disse “untar” eu quis dizer “pagar” com aquilo que você guarda no armário da cozinha. – disse nervoso o Bastião.
- Acontece que “pagar” é com dinheiro, e dinheiro eu guardo no colchão e não no armário da cozinha. Eu cumpri a minha parte direitinho: “untei” a sua mão conforme o seu pedido, agora você cumpra a sua devolvendo as minhas vacas ou eu levo o caso ao conhecimento do senhor juiz.
Vendo a besteira que fizera, Bastião, que temia a severidade do juiz, devolveu as duas vaquinhas e aprendeu que aquele que se julga muito esperto é sempre o mais tolo.
(história inspirada na fábula medieval “A Velha que untou a mão do Cavalheiro)
Maria Hilda de Jesus Alão
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