O cachorrinho ficou pensativo.
Se não havia bicho algum mais forte que a Onça, haveria algum mais astuto e de
qualquer modo ela seria eliminada.
A Macaca de Cheiro suspirou:
— Tudo isso veio acontecer
justamente na véspera do casamento de minha filha. Que azar!
O marido encorajou-a:
— Vamos ter confiança e
esperar. Quem sabe a Onça vai morrer e ainda festejaremos o casamento de nossa
filha!
— Qual! Já estou perdendo as
esperanças. E o banquete que estávamos preparando ia ser uma coisa louca. Ia
ter de tudo nesse banquete, tudo que se possa imaginar. A orquestra estava
encomendada, os canários ensaiavam há muitos dias...
Quando os bichos ouviram falar
em banquete, começaram a passar a língua nos lábios, imaginando as coisas
gostosas que iriam comer. Todos ficaram ainda com mais raiva da Onça.
DUPRÉ, M. J. O cachorrinho Samba na Floresta. 6ª ed. São Paulo: Ática,
1984, p.47, 1ª ed. 1940.
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