Lucas foi passar o fim de semana na casa de sua avó, lá Lucas brincou muito e o dia todo com seus primos, até que numa certa hora seu avô pediu para ele ir a venda comprar umas guloseimas, Lucas pegou o dinheiro e foi, mas quando chegou no portão lembrou que além de sua mãe não permitir que ele fosse a lugar algum sozinho, ele também morria de medo de ir a rua só, na verdade, Lucas tinha medo de tudo, nem no banheiro a noite ia sozinho.
Sentou-se encostado no portão, esperou a hora passar, ficou imaginando se valia ou não encarar o medo, achou que não, pois se ele não gostava de comer besteiras, por que iria se arriscar por guloseimas.
Chegou até mesmo ao extremo de pensar que preferiria tomar banho todos os dias, por no máximo uns dois anos, que ir a rua sozinho.
Disse: - e se o moço do saco me pegar? – Ou, se na hora em que eu por o pé na rua estiver passando a Kombi que pega criança? – Eu é que não vou não!
Lucas decidiu voltar e dizer que a venda estava fechada, mas quando entrou em casa, encontrou tudo muito diferente, havia demorado tanto para voltar, que o tempo passou, e passou tanto, que todos os seus primos já haviam crescido, tinham tido seus filhos e tudo o mais, Lucas ficou sem ninguém para brincar. Estufou o peito, respirou coragem, e prometeu não perder mais o seu tempo com essas bobagens.
Finalmente tomou a reta da venda, comprou as guloseimas e voltou ileso para a casa de sua avó, voltou mesmo sabendo que não tinha mais ninguém para ele brincar.
E qual não foi sua surpresa quando abriu a porta e seus primos, novamente crianças, pularam em cima dele.
Lucas ficou feliz, e viu que tinha sido mais forte que o medo.
Sérgio Souza da Silva
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