O anjinho brincalhão






Sempre me sentava na salinha de minha avó, sentindo que ali estaria guardada de qualquer perigo.
Não preciso dizer que me escondia também depois de alguma travessura.
Era uma salinha pequena mas muito bem arrumadinha apesar de ter muita costura de minha av/o, que estava sempre as voltas com botões tesouras...
Aquele era um dia de verão pesado, estava muito calor e cansei de brincar no quintal de casa.
Chamei meus amiguinhos e fomos pra dentro, onde?
É claro para a salinha preferida.
Sentamos nas almofadas coloridas e macias e começamos a falar de um monte de coisas.
Dizia o Júlio que era o mais falante:
-Não tenho medo de nada não sou medroso.
Dizia isto, porque estávamos brincando de contar historias de medo!
Cada um contou uma.
Foi quando me lembrei o que havia acontecido alguns dias atrás comigo.
Querem ouvir ?perguntei meio que ressabiada.
Sim responderam meus amigos.
-Bom, endireitei-me na almofada e comecei;
-Terminei de jantar e como sempre ficamos um pouco mais para contar nosso dia.
Passado algum tempo minha mãe já olhou para mim dizendo esta na hora.
Levantei-me despedi-me de todos e fui para meu quarto.
Não tinha sono então peguei um livro para ler.
Sentado em minha cama percebi que alguma coisa havia entrado pela janela!
-O que foi perguntaram todos já impacientes.
-Não sei pois estava distraída com o livrinho na mão.
Mas de repente o livro foi para o chão, voou mesmo!
Fiquei assustada e então vi o anjinho nos pés de minha cama!
Estava tão assustada que perdi a voz!
Ele foi logo dizendo;
Vamos brincar?
Consegui balbuciar, como?
É vamos brincar um pouco.
Aproximou-se de mim e brilhava muito.Seus olhinhos eram bem escuros e seu rostinho pequeno e cor de rosa...parecia um bebê.
Logo saltou da cama e foi pegar meus soldadinhos meu robô e esparramou pelo chão.
Venha sentar comigo me disse.E eu, espantada+ que estava sentei-me ao seu lado.
Devagar fui relaxando e brincando com ele.Era muito alegre e tudo parecia novidade.
Há certa hora disse-me:
Bem agora tenho que voltar pois tenho tarefas a cumprir.
Mas voltarei para de novo brincarmos.
Assim como veio foi-se!
O quarto ainda estava iluminado quando minha mãe entrou.
-Com quem você estava falando?
-Com o anjinho brincalhão disse eu.
-Ah...respondeu minha mãe.
-Porque será que não acreditam na gente?
Um dia vou pedir para ele ir lá no quarto dela espalhar suas coisas quem sabe ela acabara acreditando.
Ali continuamos sentados e outras historias vieram e ninguém percebeu mas o anjinho estava bem quietinho no canto e sorria para mim.
Gostaria que ele fizesse uma brincadeira com meus amigos, mas ele me disse que cada um de nós tem um anjinho .
Levantamos e cada um foi para sua casa, e eu?
Bem voltei para meu quarto mas ele não estava lá.
Dormi pensando amanhã ele volta, e voltou muitas vezes.
E você já viu seu anjinho hoje?

 
Marlene Cerviglieri

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